quinta-feira, 3 de julho de 2025

"Celebre a Cultura Popular com Espírito Afro-Brasileiro!"

Prepare-se para um encontro único que une tradição, fé e diversão! A Casa Espírita Sociocultural Maria Conga da Cachoeira está promovendo a 5ª Quermesse de YAYÁ, uma festa julhina repleta de encantos culturais, ritmos animados e sabores inesquecíveis. Venha celebrar a união entre a cultura popular brasileira e as raízes afro-brasileiras em um evento que promete aquecer corações e almas!

O Que Esperar?

Dia: 05 de julho  

Horário: À partir das 16h  

Local: SIBS Quadra 03, Conjunto C, Lote 30, Núcleo Bandeirante  

A programação é especial e cheia de surpresas:

- Comidas típicas: Delicie-se com pratos tradicionais da festa junina, como pamonha, canjica, quentão e muito mais!  

- Música boa: O som do forró e do xote vai embalar o ambiente, enquanto artistas locais e convidados especiais garantem uma noite memorável.  

- Bingo: Jogue e ganhe prêmios divertidos nessa clássica brincadeira de festa junina.  

- Pescaria: Uma atividade familiar perfeita para os pequenos arriscarem sua sorte e levarem lembranças únicas para casa.  

- Show com ISTÊNIO: Um dos grandes nomes da música regional estará presente para agitar a festa com seus sucessos e energia contagiante.  

E para os mais novinhos, tem novidades especialmente preparadas para a criançada, garantindo diversão para todas as idades!

Por Que Não Pode Faltar?

Esta não é apenas uma festa junina qualquer. É uma celebração que resgata a essência da cultura popular brasileira, mesclando elementos tradicionais com a espiritualidade afro-brasileira. A Quermesse de YAYÁ é um convite à união, ao respeito pelas tradições e à vivência coletiva.

E atenção: não será permitida a entrada de bebidas externas, mas teremos opções deliciosas disponíveis no local para você se hidratar e aproveitar ao máximo, a preços simbólicos!

Participe e Viva a Magia!

Venha curtir um dia de muita alegria, dança e descontração ao lado de amigos, familiares e toda a comunidade. A 5ª Quermesse de YAYÁ é o ponto de encontro perfeito para quem ama cultura, música e boas energias.

Para mais informações ou reservas, entre em contato com a Mãe Fábiola D'Oxum pelo telefone (61) 92005-7861.

Não perca essa oportunidade de celebrar a vida, a fé e a cultura popular com todo o coração!

Até lá, vamos nos encontrar na festa!


Que os Orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 

Axé!

*APOIE, DIVULGUE E INCENTIVE O ONÍBODÊ (O PORTEIRO) por uma comunicação ANTI-FACISTA, ANTI-RACISTA e de apoio à Nossa Comunidade Negra e Afro Religiosa com doações a partir de R$25,00 (vinte e cinco reais)*

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quarta-feira, 2 de julho de 2025

Resistência, fé e protagonismo: um encontro que ecoa ancestralidade e políticas transformadoras

Por Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ 

Brasília amanheceu diferente. No coração da cidade, o auditório da sede nacional do IPHAN foi palco de um dos encontros mais emblemáticos da atualidade: o "Encontro Povos Tradicionais de Matrizes Africanas – Protagonismo Político e Cidadania Cultural", realizado ontem, foi mais que um evento — foi um rito de afirmação, pertencimento e luta coletiva.

Uma homenagem que transcendeu o tempo

O momento mais tocante do encontro foi a homenagem póstuma ao líder espiritual Bàbá Paulo IFÁTIDÉ IFÁMORÓTÌ DI ARÁ-ÌGBÀANÌ, cuja trajetória permanece como farol para os que caminham pela trilha da fé afro-brasileira. Ao evocarem sua memória, os presentes se emocionaram com relatos de sua incansável atuação em defesa das comunidades de terreiro, da liberdade religiosa e da valorização da cultura ancestral. Bàbá Paulo foi mais que sacerdote — foi agente político e espiritual, cuja voz segue ecoando mesmo após seu retorno ao Orun.

Territórios de fé e saberes reunidos


Com mais de mil participantes presenciais e virtuais conectados de diversos estados brasileiros, o encontro reuniu importantes autoridades afro-religiosas, lideranças comunitárias e representantes de entidades governamentais, como a Fundação Cultural Palmares, o Ministério da Cultura e a Ministra Substituta do TSE Dra. Vera Lucia Santana. O auditório vibrou com discursos potentes, cantos afro-sacros e declarações firmes em prol da inclusão e do respeito aos saberes dos povos tradicionais.

Monção pela reparação: o clamor do Abassá Tumba Jussara

Dentre os desdobramentos políticos do evento, foi redigida uma monção contundente exigindo providências imediatas do IPHAN quanto à reabertura do Abassá Tumba Jussara, Tradicional Casa Matriz com filiadas espalhadas em todo o Brasil e no exterior que se encontra interditado devido a problemas estruturais. A comunidade cobra urgência e respeito à funcionalidade espiritual e social que o templo representa, reforçando que não é apenas uma edificação — é um espaço de cura, ensinamento e conexão ancestral.

Empoderamento em movimento


Mais que discussões institucionais, o evento foi uma expressão viva do protagonismo político dos povos de matrizes africanas, que reivindicam com firmeza o direito de existir em plenitude cultural e espiritual. Cada fala foi um ato de resistência, cada presença, uma afirmação de que esses saberes milenares no continuam inspirando o Brasil que deseja ser mais justo, plural e inclusivo.

Este encontro reafirma que os terreiros não apenas guardam espiritualidade — eles geram cidadania, cultura, memória e transformação. Que a força de Bàbá Paulo siga nos guiando e que a luta por dignidade continue pulsando em cada toque de atabaque, em cada xirê, em cada voz que se levanta contra o apagamento.


Que os Orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 

Axé!

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segunda-feira, 30 de junho de 2025

Dia de Axé, Saberes e Resistência: Ilê Oyá Bagan Recebe Encontro Cultural Promovido pelo ILÊ OYÁ BAGAN, RENAFRO-DF e Rosa dos Ventos


Por Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ


No último sábado, o Ilê Oyá Bagan respirou Axé com todas as suas forças. O terreiro localizado em Brasília foi palco de um encontro que uniu tradição, juventude e resistência cultural no coração da capital federal. O evento, carregado de significados espirituais e sociais, mostrou a potência das comunidades de matriz africana como espaços vivos de memória, educação e transformação.

A tarde começou cedo com a energia pulsante dos jovens de Axé da RENAFRO-DF (Rede Nacional de Saúde dos Povos de Terreiro). Reunidos em uma roda de conversa, os participantes discutiram temas fundamentais para a manutenção e revitalização das práticas religiosas e culturais: cuidado, diversidade e acolhimento nas Comunidades de Axé. Num mundo marcado por tantas divisões, o diálogo entre os jovens evidenciou a urgência de construir ambientes onde todos e todas sejam vistos, ouvidos e respeitados na sua plenitude.

Essa roda não foi apenas um espaço de fala, mas também de escuta ancestral. A sabedoria coletiva fluía entre histórias pessoais, desafios enfrentados pelas novas gerações e projetos de futuro ancorados no passado. Os presentes reafirmaram seu papel ativo na preservação das tradições, mas sem medo de inovar e reinventar formas de fazer circular o conhecimento.

Ao cair da noite, o cenário se transformou. A "Noite de Saberes" tomou conta do terreiro com encantarias que aqueceram corpos, almas e o próprio chão sagrado do Ilê Oyá Bagan. Foi nesse clima de reverência e celebração que a roda de conversa contou com a presença iluminada de duas figuras centrais na transmissão oral e simbólica da cultura afro-brasileira: Mãe Baiana, guardiã do saber ancestral nos terreiros, e Mestre Manoelzinho Salustiano, cuja simpatia nordestina ecoa como um canto de resistência e tradição popular.

Mãe Baiana trouxe à tona a importância do zelo pelas raízes — aquele que mantém as casas de Axé firmes diante dos ventos adversos da intolerância e do esquecimento. Já Mestre Manoelzinho, com sua voz cantante e seus causos cheios de sabedoria popular, conectou o sagrado ao cotidiano, lembrando que a cultura é algo vivo, que pulsa nas ruas, nas praças, nas rodas de samba e nos terreiros.

Encerrando a programação, veio o momento mais esperado: a Roda de Amalá, um toque dedicado a Xangô, Senhor do Fogo, da Justiça e da Palavra. Com tambores, cânticos e movimentos precisos, a roda ecoou não só como homenagem ao orixá, mas como manifesto de força, unidade e pertencimento. Cada golpe no chão era uma afirmação de identidade, cada canto era um grito de permanência diante da história que tenta apagar.

O evento foi uma iniciativa do Instituto Rosa dos Ventos, que vem trabalhando incansavelmente pela valorização e preservação da cultura afro-religiosa, entendendo cada casa de Axé como um polo cultural estratégico na disseminação de saberes ancestrais. Longe de ser apenas um encontro, o que aconteceu no Ilê Oyá Bagan foi parte de um movimento maior: o fortalecimento das matrizes africanas como pilares fundamentais da identidade brasileira.

Diante disso tudo, resta claro: o Axé não mora apenas nos rituais, mas também nas conversas, nas danças, nas risadas, nas lágrimas e nos abraços que selam promessas de continuidade. E assim, sob o olhar protetor dos orixás e o calor humano dos presentes, o Ilê Oyá Bagan brilhou como um farol de resistência, memória e futuro.

XangôVive

Que os Orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 

Axé!

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domingo, 29 de junho de 2025

Fogueira de Xangô: Resistência, Fé e União Ecoaram nas Alturas em Águas Lindas

Por: Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ

Em meio a noite de um sábado carregado de energia, a Justiça reverberou com a força dos Orixás — especialmente de Xangô, Senhor do Fogo e da Justiça. Sob a liderança de Pai Ivanildo de Xangô, um dos mais respeitados babalorixás da região de Águas Lindas, Brasília e Territórios, aconteceu ontem à noite no ILÊ ASÉ IRÁJINÀN uma das celebrações mais marcantes e simbólicas da resistência da comunidade afro-religiosa local: a tradicional Fogueira de Xangô. Além das casas presentes estavam também representantes de organizações que lutam e defendem Nossa Comunidade Afro Religiosa e Fé como a ATRACAR -GO, FOAFRO-DF, o COLETIVO DE WHATSSAP DEFENSORES DO AXÉ e o PROJETO ONÍBODE fazendo a cobertura.

A noite foi muito mais do que uma simples festa — foi um ato de fé inabalável, um manifesto cultural e espiritual de um povo que, mesmo diante das adversidades, se mantém firme na raiz ancestral. Com a presença maciça da comunidade, fiéis e admiradores vieram de diferentes pontos da região para louvar o Rei de Oyó, dono da palavra, da justiça e das pedras sagradas, num encontro que misturou tradição, emoção e conexão direta com o sagrado. Mãe Luzinete de Oxum sempre nos proporcionando uma bola acolhida e recepção.

Os Atabaques Falaram Mais Alto

Assim que os primeiros toques dos atabaques ecoaram, foi como se os céus de Águas Lindas tivessem se aberto para receber a energia do Orixá Guerreiro. Cada batida era um pedido de proteção, uma súplica por justiça, um grito de resistência contra todas as formas de opressão. Muitos ficaram emocionados, acompanhando com palmas e vozes entoadas em iorubá, enquanto os filhos e filhas de santo dançavam com alma lavada, rendidos ao poder do momento.

A roda de Xangô foi o ponto alto antes da entrada triunfal do Orixá. Pai Ivanildo, com sua postura ereta e olhar firme, conduziu todo o ritual com maestria e reverência, guiando os presentes em uma verdadeira jornada espiritual. A cada passo, relembrava-se a importância de manter viva a chama da tradição, mesmo diante de tantos desafios enfrentados pelas religiões de matriz africana.

Alimento Sagrado: Amalá e Acarajé

Após o momento litúrgico da Roda de Xangô, Xangô e Oyá serviram pessoalmente amalá e acarajé aos presentes — alimentos sagrados que alimentam não apenas o corpo, mas a alma. Cada pessoa que recebia a oferenda fazia seus agradecimentos e deixava suas preces no ar, num intercâmbio direto entre os homens e os Orixás. Era visível nos olhares a gratidão, a cura e a reconexão com algo maior.

O Retorno Triunfal de Xangô ao Salão



Com a chegada do Rei da Festa, a emoção tomou conta do terreiro. Enquanto Xangô, incorporado em sem Pai Ivanildo, caminhava com sua panela de fogo e gamela de amalá, todos acompanhavam em silêncio ou em cânticos de louvação. O momento mais simbólico veio quando o Orixá saiu do barracão rumo ao pátio para acender a fogueira central, num gesto potente de purificação e conexão cósmica. As labaredas subiram aos céus como mensagens visíveis de fé e esperança, iluminando não apenas o espaço físico, mas também os corações dos presentes.




          

Ao redor da fogueira, os fiéis se reuniram em círculo, sentindo na pele o calor do fogo que simboliza a justiça divina, a transformação e o renascimento. Nenhum mal, nenhuma injustiça parecia ter vez ali. Naquele espaço sagrado, só havia lugar para a luz e para a verdade.

                                      

Um Grito de Resistência

Essa Fogueira de Xangô foi muito mais do que uma celebração. Foi um grito de resistência. Foi um ato de amor à cultura negra, às tradições ancestrais, à espiritualidade livre e não colonizada. Em tempos de crescente intolerância religiosa e apagamento das culturas populares, momentos como esse são preciosos. São eles que mantêm vivas as raízes de um povo que jamais será apagado.


Pai Ivanildo de Xangô, mais uma vez, mostrou por que é referência na comunidade religiosa. Sua condução firme, respeitosa e empática une gerações, ensina, inspira e fortalece. Seu terreiro é hoje um dos maiores símbolos de resistência e orgulho afro-religioso da região Centro-Oeste.

Que Xangô Nos Proteja

Que o Senhor do Trovão continue a nos proteger, a nos guiar e a nos lembrar de que a justiça, ainda que tardia, sempre virá. E que a fogueira acesa ontem sirva como farol para todos nós — um lembrete constante de que, enquanto houver fé, haverá força; enquanto houver tradição, haverá identidade; enquanto houver comunidade, haverá resistência.

XangôVive

Que os Orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 

Axé!

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Toque em Homenagem a Zazy Celebra Justiça e Devoção no Abassá e Associação Vida Inteira

Por Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ 

Na noite de ontem, o Abassá e Associação Vida Inteira, sob a condução espiritual de Pai Francisco N'GUNZETALA, foi palco de um momento profundamente simbólico e carregado de espiritualidade: o toque em homenagem a N’Kisse Zazy, divindade reverenciada por seu domínio sobre o fogo da justiça. A cerimônia, de caráter íntimo, reuniu filhos, filhas e simpatizantes da casa para celebrar, agradecer e fortalecer os laços com o sagrado.

Ainda em processo de recolhimento após um ciclo de intensas atividades, o Abassá abriu suas portas para um ritual reservado, mas pulsante. Quem ali esteve pôde sentir a vibração arrebatadora que tomou conta do ambiente. O toque ecoou como prece e oferenda, reverberando nos corpos e corações dos presentes, que buscaram em Zazy a chama da proteção e o escudo contra as injustiças da vida cotidiana.

Para muitos, a ocasião foi também um reencontro com a própria fé e ancestralidade. Estar na presença de N'Kisse Zazy é mergulhar em uma energia que atravessa o visível, envolvendo a todos em um sentimento de acolhimento e força. A devoção que permeou cada cântico, cada batida do ingoma e cada gesto reverente era prova viva da permanência e potência das tradições afro-brasileiras.

Ao final da celebração, como é de costume nas casas de axé, um jantar foi servido aos presentes, reforçando os laços de comunidade e pertencimento. Mais do que uma simples refeição, foi um banquete de partilha, um momento para saborear a conexão entre o divino e o humano.

Mesmo em tom reservado, a homenagem reafirmou a importância de preservar espaços de culto como a Associação Vida Inteira, onde a fé, a cultura e a ancestralidade caminham lado a lado, mantendo viva a chama que Zazy representa: a do fogo que purifica e faz justiça.


Vale destacar também o lindo trabalho da casa com a comunidade ao redor que vai desde o acolhimento, aconselhamento, aulas de reforço, oficinas e atendimento espiritual. 

Que os Orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 

Axé!

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sexta-feira, 27 de junho de 2025

Vitória histórica: Comunidade de terreiro de Volta Redonda celebra reconhecimento cultural e religioso após aprovação de projeto de lei!

 


Por Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ 

Em meio a um contexto marcado por desafios, resistência e muita fé, a comunidade religiosa de matriz africana de Volta Redonda, no sul do Rio de Janeiro, vive um momento histórico. Na quinta-feira (26/06), a Câmara Municipal aprovou o projeto de lei de autoria do vereador Raone que reconhece os povos de terreiro como parte integrante do patrimônio imaterial e cultural da cidade.

A conquista, selada com 14 votos favoráveis e apenas 2 contrários — dos vereadores Paulinho do Raio X e Betinho Albertassi — é mais do que uma vitória política; é um passo importante na luta por visibilidade, respeito e dignidade de quem há séculos carrega a força ancestral de seus Orixás e mantém viva a chama da cultura afro-brasileira.

O plenário da Câmara foi palco de emoção e celebração. Representantes de terreiros, filhos de santo, líderes comunitários e adeptos das religiões de matriz africana acompanharam a votação com expectativa e gratidão. Muitos seguravam suas emoções, outros as lágrimas vertiam de seus olhos como se fossem as Águas de Oxalá, enquanto outras traziam nos olhos lágrimas de reconhecimento e esperança renovada.


"É uma vitória coletiva". "Há muito tempo somos vítimas de preconceito e intolerância. Hoje, Volta Redonda escolheu reconhecer nossa história, nossa cultura e nosso direito sagrado de existir."

Um contexto de enfrentamento


Essa aprovação ganha contornos ainda mais significativos diante de um episódio envolvendo uma escultura localizada no Espaço Cultural Zumbi dos Palmares, no centro da cidade. A obra, adornada com o Oxê de Xangô — símbolo de justiça e equilíbrio — foi injustamente apontada por um vereador como responsável pelo aumento de gravidezes precoces entre jovens da cidade. Ele teria dito que a escultura representava Exu, associando-a à suposta “desordem moral” é uma clara demonstração de RACISMO RELIGIOSO por parte de quem deveria defender a laicidade do Estado e legislar para todos e não apenas por seu segmento e Orientação Religiosa.


Uma declaração que ecoou como um golpe na comunidade religiosa, mas que, ao mesmo tempo, serviu como combustível para unir forças em defesa da verdade e do respeito às religiões de matrizes africanas.


“Querem criminalizar nossos símbolos, transformar nossa espiritualidade em bode expiatório”,  “Mas não vão nos calar. Somos herdeiros de um povo que sobreviveu à escravidão, que manteve sua língua, sua dança, seu canto e sua fé mesmo quando tudo e todos tentaram apagá-los.”

Imagens geradas por IA por Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ


Reconhecimento cultural como forma de combate ao RACISMO RELIGIOSO!


A proposta aprovada agora busca justamente reafirmar o papel central das religiões de terreiro na construção identitária de Volta Redonda. O reconhecimento como patrimônio imaterial abre caminho para políticas públicas voltadas à preservação desse legado, além de incentivo a manifestações culturais, eventos comemorativos e projetos educativos ligados às tradições afro-religiosas.


A PL também prevê o apoio institucional a festividades que são expressões vivas da memória negra na cidade.


“Agora temos respaldo legal para exigir respeito e visibilidade”, disse o próprio vereador Raone após a votação. “Esta é uma lei de resistência e de reparação histórica. É um ato de justiça com aqueles que sempre contribuíram para o fortalecimento da identidade de nossa cidade.”


Esperança nas raízes


Para a comunidade religiosa, essa aprovação é um marco simbólico e político. É o reconhecimento de que a cultura afro-religiosa não é algo à margem, mas parte essencial da identidade volta-redondense. E mais: é um recado claro de que o RACISMO RELIGIOSO, por mais que tente se infiltrar nas esferas do poder, não será capaz de apagar o brilho da ANCESTRALIDADE.


Enquanto as vozes da resistência ecoam pelas ruas, o tambor do Axé segue batendo forte, lembrando que cada toque é uma história que não pode ser silenciada. E que cada filho de santo é um guardião dessa memória viva.


Que a aprovação dessa lei seja apenas o começo de uma nova era — onde o respeito, a diversidade e a pluralidade religiosa sejam verdadeiramente celebrados em Volta Redonda.


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quinta-feira, 26 de junho de 2025

"Meu Sonho é Meu Quilombo": Exposição da Fundação Cultural Palmares celebra a resistência e a ancestralidade negra com brilho, emoção e dignidade

Por Ògan Assogbá Luiz Alves - PROJETO ONÍBODÊ

Hoje, 26 de junho, o Espaço de Exposições da Fundação Cultural Palmares (FCP) respirou memória, coragem e identidade. A abertura da exposição coletiva “Meu Sonho é Meu Quilombo”, organizada em parceria com os alunos de Museologia da Universidade de Brasília (UNB), foi muito mais do que um evento cultural — foi um ato de reafirmação da negritude, da resistência e da Ancestralidade como pilares da nossa identidade nacional.


A exposição mergulha no acervo da FCP e revela histórias escondidas, vozes silenciadas e trajetórias de luta que deram forma ao povo negro brasileiro. Cada vitrine, cada foto, cada objeto exposto era uma declaração de amor próprio, um grito de orgulho, uma afirmação: somos filhos do quilombo e não vamos nos calar.


A roda de conversa contou com a presença iluminada de Lydia Garcia, nossa Griô contemporânea, e Mãe Baiana de Oyá, nossa Matriarca . Suas palavras ecoaram como se fossem batidas de atabaque na alma de quem estava presente. Falaram de fé, de terreiro, de história viva, de raça, de liberdade.

Foi impossível não sentir o coração bater mais forte diante de tantas verdades ditas com coragem. Verdades que não pedem licença para existir. Verdades que lembram que o quilombo não é só passado, mas também sonho, projeto e futuro.


Essa exposição não apenas mostra a história — ela a revive, a cura, a transforma. É um chamado à consciência, à reparação, ao respeito. Um lembrete de que o povo negro não só construiu este país, ele o sonhou com justiça, dignidade e humanidade.


Quem for, vai sair diferente. Mais consciente. Mais cheio de coragem, de, de esperança. Porque “Meu Sonho é Meu Quilombo” não é apenas uma exposição — é um encontro com a alma negra do Brasil.


E se você ainda não viu, precisa ver. Não por obrigação. Mas por necessidade de alma.

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segunda-feira, 23 de junho de 2025

Festa em Homenagem a Odé, o Grande Caçador, reúne comunidade afro-religiosa e celebra resistência em Águas Lindas

Por Ògan Assogbá Luiz Alves- PROJETO ONÍBODÊ

No último sábado (21), o Ilê Odé Erinlé, sob o comando de Pai Ricardo de Oxóssí, foi palco de uma das celebrações mais emocionantes e significativas dedicadas a Odé, O Grande Caçador . A festa, que reuniu autoridades religiosas e fiéis vindos de Águas Lindas de Goiás, Brasília e Territórios, não foi apenas uma demonstração de fé e ancestralidade, mas também um poderoso ato de resistência cultural e espiritual diante do crescente racismo religioso no Brasil.

A energia de Ogum guiou os primeiros passos da cerimônia, com o toque sagrado dos atabaques conduzido por Pai Alan Balone de Ogum, babalorixá e pai de axé de Pai Ricardo de Oxóssí. Com todo o rigor ritualístico e carinho característicos, Pai Alan esteve acompanhado de sua casa religiosa, incluindo as presenças marcantes de Mãe Amélia de Oxum, Pai Rubinho de Oxóssí e seus filhos e filhas de santo, todos prontos para celebrar Odé com devoção.

Casas irmãs também se fizeram presentes, fortalecendo ainda mais o campo de energia espiritual do terreiro. Entre elas, destacaram-se: Mãe Déia Talamugongo que desde o início das obrigações se fez presente, Mãe Abadia de Ogum, Mãe Vilcilene de Jagun, Tata Francisco N'Guzentala, Ilê Axé Ya Magbá Biolá (mãe Dje ty Nanã) representado pela Yarobá Zulmira Inês. Pai Nino de Oxumarê, Pai Isneilton de Ossãe, Pai Márcio de Oiá, Pai Rafael de Ogum, Pai Obalajô, Mãe Francisca de Oxóssí, Mãe Watusi de Oiá (vinda especialmente de Goiânia), além das importantes presenças de Pai Dan, vindo diretamente do Rio de Janeiro, Ògã Thiago de Oxóssí (também do Rio).

Outro momento marcante foi a confirmação dos novos cargos da casa, Ògan Pai Marquinho de Esú e a Ajoyê Lara de Osun, que agora fazem parte dos cargos da casa e foram apresentados por Odé à Comunidade Afro Religiosa aonde serão reconhecidos como Ògan e Ajoyê de Odé e onde estiverem estarão levando os nomes de Odé e de seu Axé.

Um momento particularmente emocionante foi Odé Somi, importante liderança afro-religiosa local, que prestava satisfação a Odé pelos três anos como Ògã de Odé de Pai Ricardo de Oxóssí. Pessoa querida na Comunidade Afro Religiosa e que recebeu o carinho e afeto demonstrando que sua luta em defesa de Nossa Comunidade Afro Religiosa não só de Águas Lindas, mas de todo o Centro-Oeste e em outros Estados e no Distrito Federal não tem sido em vão.

O som dos atabaques ecoou pelos céus de Águas Lindas, como um chamado aos ancestrais e às forças da natureza. Cada batida era mais do que música — era história, memória, luta e resistência. Dentro de um terreiro de matriz africana, cada toque é um grito de existência, um lembrete de que, apesar dos ataques constantes, da intolerância e do preconceito, o povo de santo continua firme, de cabeça erguida, honrando suas raízes.

A presença de um novo cargo ou iyáwo nascendo dentro da casa é um símbolo visível dessa continuidade. É na formação de novas gerações de filhos e filhas de santo que se vê a força imensa da religião de matriz africana — mesmo diante do racismo religioso que tenta sufocar suas vozes, ela resiste, renova-se e avança.

Essa homenagem a Odé não foi apenas uma festa. Foi um encontro de saberes, de corpos em movimento, de espiritualidade pulsante e de afirmação identitária. Foi a prova de que, enquanto houver terreiro, haverá lugar para cura, memória e resistência.

E assim, entre danças, cantos, comidas rituais e abraços apertados, o Ilê Odé Erinlé mostrou ao mundo que não nos calaremos. Os tambores estão tocando, os Orixás estão presentes e, acima de tudo, AINDA ESTAMOS AQUI — e seguiremos firmes, unidos e determinados a ocupar cada espaço com dignidade, fé e ancestralidade. A felicidade de Odé era visível em sua expressão e vibração contagiante e seu sorriso iluminavam o terreiro, enquanto fazia questão de abraçar, um por um, todos os convidados, numa clara manifestação de gratidão e pertencimento.

Que os Orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 

Axé!

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