Por: Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ
No último final de semana, o ar da Torre de TV, tradicional ponto de encontro brasiliense, foi tomado por um cheiro especial – aquele aroma inconfundível de dendê quente, cebola fritinha e massa de feijão bem socada. O Acarajé do Meio, quiosque localizado na praça de alimentação da Torre, promoveu uma edição da Acarajejada, evento que reuniu não apenas amantes da boa comida, mas também admiradores da cultura afro-brasileira, da religiosidade e da resistência ancestral.
O acarajé, prato sagrado na tradição iorubá, saiu dos terreiros para as ruas e hoje é celebrado como um dos símbolos mais ricos da nossa identidade cultural e culinária. E na Acarajejada do Acarajé do Meio, isso ficou evidente. Cada bolinho dourado que saía da chapa era muito mais do que comida — era história, memória, ancestralidade e espiritualidade servida com sabor.
O cardápio oferecia não apenas o clássico acarajé, mas também versões recheadas com camarão, acompanhadas de vatapá e carurú — pratos que não só agradam o paladar, mas contam histórias. O sorriso nos rostos das pessoas ao provar essas iguarias era visível, como se cada mordida trouxesse um pouco da África, um toque de Bahia e muita brasilidade.
Mais do que uma festa gastronômica, o evento teve um caráter simbólico importante: resgatar e valorizar a presença negra na formação da identidade brasileira, especialmente em uma cidade planejada como Brasília, onde tantas vezes a ancestralidade parece ser apagada pela modernidade estéril do concreto. A Acarajejada foi um lembrete do quanto a capital também respira axé, tambor e resistência.
Muitos aproveitaram para conhecer mais sobre o significado do acarajé nas práticas de umbanda e candomblé, onde ele é oferecido aos orixás como alimento sagrado — especialmente a Iansã. Outros vieram simplesmente comemorar a vida, num encontro entre o popular e o ritualístico.
O sucesso da Acarajejada já garante sua continuidade. Segundo os organizadores, outras edições estão previstas para acontecer mensalmente, sempre com o objetivo de aproximar as pessoas da cultura afro-religiosa, através do prazer da comida compartilhada.
Onde: Quiosque Acarajé do Meio
Local: Praça de Alimentação da Torre de TV – Brasília/DF
Quando: Edições mensais da Acarajejada (datas divulgadas nas redes sociais)
O PROJETO ONÍBODÊ e o COLETIVO DEFENSORES DO AXÉ agradece ao Acarajé do Meio por nos lembrar que a comida pode ser muito mais do que nutrição — pode ser celebração, reverência e resistência. Até a próxima Acarajejada!
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Que os orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união.
Axé!
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