Por Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ - DEFENSORES DO AXÉ
Trazendo ancestralidade e axé:
No último domingo, próximo ao Vale do Amanhecer, em Planaltina (DF), o Santuário de Maria – Centro de Benzimento , sob a liderança espiritual de Mãe Maria do Cerrado , recebeu convidados e fiéis para um evento que misturou reverência, ancestralidade e muito axé: a Tradicional Feijoada da Vovó Maria Conga . O encontro não apenas reuniu adeptos do candomblé e umbanda, mas também marcou o encerramento simbólico de um ciclo de oficinas culturais promovidas pela casa.
Localizada às margens de um dos pontos mais energéticos da região central do Brasil, a cerca de 30 km de Brasília, a casa de Mãe Maria do Cerrado se revela como um espaço de resistência cultural e espiritual das tradições afro-brasileiras. A feijoada, longe de ser apenas um momento gastronômico, foi pensada como um ato ritualístico de conexão com os ancestrais, num clima de respeito, harmonização e troca de saberes.
Chegada abençoada
O evento iniciou com uma recepção calorosa e espiritualmente significativa. Ao chegarem, todos os convidados foram benzidos por Mãe Maria do CerradoN Essa benção inicial visava garantir que o encontro fosse permeado de muito axé e que cada participante levasse consigo boas energias para suas casas. Presentes também Mãe Delcione e o cerimonialista Pai Edvan , responsável por conduzir os rituais com maestria e sensibilidade.
Momento Pretos Velhos: Axé ancestral
A programação teve início com uma poderosa louvação aos Pretos Velhos e Pretas Velhas , entidades reconhecidas nas religiões de matriz africana como guardiãs da sabedoria, do amor incondicional e da cura emocional. Sob as vibrações de cântigos tradicionais e o som dos atabques, os médiuns presentes entraram em transe, permitindo a incorporação dessas entidades tão queridas no universo da umbanda.
Foi nesse instante que ocorreu uma sessão de descarrego coletivo , realizada pelas entidades presentes, com o objetivo de limpar e equilibrar as energias dos participantes. Muitos deixaram lágrimas escorrerem em meio à gratidão e ao alívio, enquanto outros buscavam a bênção pessoal de cada guia espiritual.
Saudações culturais e autoridades religiosas
Após o momento mediúnico, o evento seguiu com uma apresentação cultural que destacou danças e cantigas tradicionais, além de demonstrações artísticas ligadas às práticas religiosas afro-brasileiras. Houve ainda uma saudação solene às autoridades religiosas presentes , representantes de diversas casas de culto da região, reforçando o caráter ecumênico e de união entre as tradições.
Sabores da tradição e encerramento do ciclo
Enquanto os aromas da feijoada preparada com carinho, os participantes puderam saborear não só o famoso prato brasileiro, mas também um cardápio todo pensado dentro da lógica de alimentação sagrada, com ingredientes que remetem à proteção e fortalecimento espiritual.
A feijoada também serviu como o ponto alto de encerramento de um ciclo de oficinas promovidas pelo Santuário de Maria , incluindo atividades sobre esculturas em argila, uso ritualístico e medicinal das ervas , e outras expressões da cultura negra e indígena. Segundo Mãe Maria do Cerrado, essas oficinas têm como objetivo principal resgatar e perpetuar o saber ancestral , especialmente junto às novas gerações.
Um dia de respeito, energia e renovação
Ao longo de todo o evento, o clima reinante foi de respeito, acolhimento e elevação espiritual . Não houve espaço para vaidades ou disputas; ali, o foco era o encontro com as raízes, a celebração da vida e o fortalecimento das relações de comunidade.
A presença de Pai Edvan na cerimônia como mestre de cerimônias garantiu fluidez e profundidade espiritual ao encontro. Sua voz firme e mansa guiou cada passo do ritual, enquanto Mãe Delcione esteve sempre presente com sua participação carregada de energia e Axé junto com seus filhos, que vieram de longe para prestigiar o evento.
Conclusão
A Feijoada da Vovó Maria Conga não foi apenas uma festa. Foi um rito de passagem simbólico , um momento de cura, aprendizado e celebração. No coração do cerrado, onde a natureza respira força e misticismo, o Santuário de Maria reafirmou seu papel como um polo de resistência cultural e espiritual das religiões de matriz africana.
Que sirva como exemplo de como é possível manter vivas as tradições sem perder a contemporaneidade, e que o axé desse encontro permaneça nos corações e lares de quem ali esteve presente.
Que os orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união.
Axé!
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Parabéns pelo trabalho maravilhoso.
ResponderExcluirLindo trabalho. Parabéns! 👏🏼👏🏼
ResponderExcluirParabéns! Muito Axé 🌿
ResponderExcluirGratidão aos seres de luz encarnados e desencarnados que participaram do evento🤍✨📿
Lindo, documentário! ❤️
ResponderExcluirAho, Saravá, Axé, Amém! Espiritualidade está em tudo. 📿✨🤍🌿
ResponderExcluirQue bela celebração!!! 😍
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