segunda-feira, 13 de outubro de 2025

A Magia dos Erês em Águas Lindas, Criança, Sagrado e Alegria se Encontram no Ilê Asé Jagun Onigbejá Ti Osun



Por: Ògan Assogbá Luiz Alves / PROJETO ONÍBODÊ

Águas Lindas de Goiás, 13 de outubro de 2025

O domingo, 12 de outubro, não foi apenas o Dia das Crianças no calendário civil. Naquele dia, o Ilê Asé Jagun Onigbejá Ti Osun, sob a firme e amorosa direção de Mãe Vilcilene, transformou-se num portal sagrado onde o mundo espiritual e o mundo terreno dançaram juntos em perfeita harmonia. Enquanto o Brasil celebrava a infância com presentes e parques, naquele terreiro ancestral, a festa foi muito além: foi um Toque em Homenagem aos Erês, os Orixás crianças, cuja pureza, espontaneidade e força divina são celebrações vivas da vida em seu estado mais genuíno.




Desde cedo, o Espaço Sagrado respirava alegria. Brinquedos infláveis coloridos se espalhavam pelo terreiro como flores abrindo ao sol. Camas elásticas vibravam com pulos e risadas. Balões dançavam no céu azul, levando consigo os sonhos leves das crianças — tanto as de corpo quanto as de espírito. Doces, pipocas, sucos e iguarias típicas enchiam os olhos e os corações. Mas o que realmente transformou aquele lugar num campo de bênçãos foi a presença viva dos Erês.





Quando os atabaques começaram a tocar o ritmo sagrado, o ar mudou. Não foi só o som que ecoou — foi a energia. Os Erês chegaram com suas roupas vibrantes, seus gestos travessos, suas vozes que misturam inocência e sabedoria ancestral. Cada passo, cada grito de alegria, cada brincadeira era um ato de devoção, uma manifestação divina disfarçada de puro encantamento. Eram Ibeji, Ewá, Logun-Edé, Oxalufã em sua forma infantil — todos presentes, todos brincando, todos abençoando.

Mãe Vilcilene, com a serenidade de quem carrega o axé nas mãos e a responsabilidade de zelar por uma tradição milenar, observava tudo com olhos úmidos repletos de uma alegria imensurável.  Pois celebrar os Erês é lembrar que a espiritualidade também ri, também corre, também se suja de terra e se lambuza de doce, Eles nos ensinam que a fé não precisa ser séria demais — às vezes, basta uma bolha de sabão para tocar o céu.”


E foi exatamente isso que aconteceu. Em meio à festa, entre pula-pula e doces, adultos e crianças se entregaram à leveza. Pais se emocionavam ao ver seus filhos interagindo com os Erês, muitos sem entender que aquela alegria desmedida era também um encontro com O Sagrado. Porque nas Religiões  de Matrizes Africana, a criança não é só símbolo — é força, é oração viva, é manifestação divina.


O Ilê Asé Jagun Onigbejá Ti Osun, nesse dia, não foi apenas um terreiro. Foi um berço de luz, um campo de cura, um templo onde o riso foi o maior dos oferendas. E, ao cair da tarde, quando os últimos balões estouraram e os atabaques silenciaram, o que ficou foi o brilho nos olhos — aquele que só a presença dos Erês sabe deixar.

Porque, como dizem os mais velhos: “Quem cuida da criança, cuida do futuro. Quem honra os Erês, honra a própria vida.”

Axé, alegria e gratidão eterna a Mãe Vilcilene e a toda a família de santo do Ilê Asé Jagun Onigbejá Ti Osun por manterem viva essa chama sagrada — onde a infância é celebrada como divindade, e a felicidade, como oração.

Que os Orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 

Axé!

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