sábado, 6 de dezembro de 2025

Encerramento do Projeto Kitanda do Saber celebra sabedoria Ancestral e protagonismo feminino na Casa Luz de Yorimá

Por : Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ

Brasília, 6 de dezembro de 2025 A Casa Luz de Yorimá, na quadra 905 Norte, foi palco de uma celebração profunda e transformadora na noite desta sexta-feira. Sob a liderança de Mãe Leila de Oxóssí, o Projeto Kitanda do Saber chegou ao seu encerramento com uma cerimônia que marcou o fechamento de um ciclo e ao mesmo tempo reafirmou o compromisso com a preservação da cultura afro-brasileira, o fortalecimento da identidade negra e o protagonismo das mulheres.


Ao longo dos últimos meses, o projeto se consolidou como um espaço vivo de troca de saberes. Nele, religiosidade, educação popular, oralidade e arte se entrelaçaram para resgatar memórias, curar feridas históricas e fortalecer corpos e vozes. Cada encontro foi uma afirmação de existência, um ato de resistência cotidiana e um convite à reexistência.



O encerramento contou com a presença marcante do Coletivo Sambadeiras de Roda. Composto por mulheres negras que transformam a percussão em oração e a roda em altar, o grupo trouxe para o terreiro a força da Ancestralidade através do som dos tambores, do canto coletivo e da dança de roda. Sua apresentação não foi apenas performance. Foi convocação. Foi memória em movimento. Foi corpo que reza, que canta, que resiste.




Mãe Leila de Oxóssí conduziu o encontro com a autoridade espiritual e a ternura de quem entende que cuidar da comunidade é também cuidar do Sagrado. Em seu discurso, destacou que o projeto foi um ato de amor coletivo, um exercício de responsabilidade com as gerações passadas e futuras. Ela ressaltou que ali, meninas e mulheres encontraram espelhos — viram suas mães, avós, bisavós e, principalmente, viram a si mesmas refletidas na força do saber ancestral.




A noite seguiu com oferendas en forna de música, danças, afetos e um abraço coletivo que ecoou como símbolo de pertencimento e proteção. Em tempos de ataques à liberdade religiosa e à cultura negra, cada gesto ali realizado foi um ato político. Cada tambor foi um grito de existência. Cada palavra foi um ato de reparação.




Todos também ficaram maravilhados com as peças que estavam à venda no brechoó montado, lindas peças e todas muito bem apresentadas.


Aconteceu também a montagem de uma exposição fotográfica mostrando todos os eventos ocorridos durante esta etapa do projeto, dando a possibilidade de se ter uma noção da grandiosidade do mesmo e das atividades como: oficinas, contagem de histórias, danças, etc.



O Projeto Kitanda do Saber encerra sua primeira etapa, mas deixa um legado sólido. A semente foi plantada com cuidado, regada com fé e cultivada com coragem. E como ensinam as mulheres que constroem futuro com as mãos na terra e os pés na tradição, o que nasce da verdade não morre. Retorna. Cresce. Multiplica-se.

Que os Orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 

Axé!

*APOIE, DIVULGUE E INCENTIVE O ONÍBODÊ (O PORTEIRO) por uma comunicação ANTI-FACISTA, ANTI-RACISTA e de apoio à Nossa Comunidade Negra e Afro Religiosa com doações a partir de R$25,00 (vinte e cinco reais)*

CLIQUE NO LINK ABAIXO PRA APOIAR

  https://apoia.se/projetoonibode

Um comentário:

  1. Sempre os melhores registros! Muito importante para a memória do povo de terreiro no DF e entorno!

    ResponderExcluir

Dê sua opnião para que possamos melhorar nosso trabalho.