terça-feira, 30 de setembro de 2025

Fé, Resistência e Alegria: Cidade Ocidental - GO, Celebra Ibeji em Ato Público de Empoderamento Afro-Brasileiro


Não foi apenas um sábado de brincadeiras e algodão doce na praça do Friburgo. No último sábado, 27 de setembro, o coração da Cidade Ocidental em GO, bateu forte ao som dos atabaques da resistência e da alegria inocente de Ibeji. O que se viu foi muito mais que uma festa; foi um ato político, cultural e espiritual. Foi a afirmação, em cores vibrantes e sorrisos largos, de que a cultura e a religiosidade afro-brasileira são pilares fundamentais da identidade do município.

A ação, uma poderosa articulação entre agentes culturais e os pontos de cultura Casa Cultural Raízes, Casa Afro-Cultural e Assistencial São Jorge e Coletivo Afro de Cidade Ocidental, com a crucial Casa Espiritualista Nossa Senhora de Fátima e o apoio da Prefeitura, fez da praça um terreiro a céu aberto. O encontro sagrou as celebrações do Dia de Cosme e Damião na tradição católica e, com igual força e protagonismo, de Ibeji para as comunidades de terreiro.

Esta dupla celebração não é mera coincidência calendária. É um símbolo potente da resistência e da sincretização que forjaram a cultura brasileira. E a iniciativa de Cidade Ocidental soube honrar isso, indo além da tolerância para celebrar ativamente a diversidade religiosa como força, não como concessão.

Enquanto as crianças corriam, pulavam no pula-pula e se encantavam com personagens infantis – uma homenagem perfeita à energia jovial e pura dos Ibejis –, ouviam-se vozes firmes que ecoavam pela praça. Lideranças religiosas de axé e respeito, Baba Pedrinho de Oxóssi, Yá Hilka de Oxum e Pai Paulo de Oxumarê, ergueram suas falas como espadas contra a ignorância.

Eles não pediram licença. Eles reivindicaram. Falaram da valorização de uma fé ancestral, do respeito inegociável às tradições de matriz africana e, de forma incisiva, do enfrentamento necessário ao preconceito e à demonização que ainda tentam manchar os cultos afro-brasileiros. Cada palavra era um desfazer de amarras, um passo de dança sobre a intolerância.

Este evento foi um recado claro, dado com a doçura do caruru e a firmeza do ogã: a liberdade religiosa não se negocia, se conquista e se vive. Reunir a comunidade, crianças, pais, fiéis e curiosos, em um clima de confraternização, é a mais poderosa estratégia de desmontar estereótipos. É mostrar que o terreiro é comunitário, é acolhedor, é gerador de bem e de cultura. De

A iniciativa na praça do Friburgo foi, portanto, um ato de coragem e beleza. Coragem para ocupar o espaço público com seus símbolos e sua fé. Beleza para transformar a luta em celebração e a resistência em herança para as próximas gerações. Que o doce de Ibeji distribuído ali seja o alimento simbólico para que a semente do respeito e do empoderamento continue a frutificar em Cidade Ocidental.

O conteúdo deste blog é dedicado à valorização e preservação das culturas e religiosidades de MATRIZES AFRICANA. Respeitamos todas as manifestações de fé e repudiamos qualquer forma de intolerância religiosa, vindo externa ou internamente de NOSSA COMUNICADADE.

Que os Orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 

Axé!

*APOIE, DIVULGUE E INCENTIVE O ONÍBODÊ (O PORTEIRO) por uma comunicação ANTI-FACISTA, ANTI-RACISTA e de apoio à Nossa Comunidade Negra e Afro Religiosa com doações a partir de R$25,00 (vinte e cinco reais)*

2 comentários:

  1. Extremamente um espetáculo de matéria. Parabéns!

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  2. Realmente foi um ato de resistência regado no axé e no desejo de menos intolerância nos espaços públicos. Respeito é para todos. E um viva ao povo de axé que resistência desde sempre e assim seguirá!

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