Por |Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ
Brasília encerra 2025 com um dos mais significativos encontros da Comunidade Afro-Religiosa: a celebração da virada na Prainha – Praça dos Orixás, espaço sagrado que se afirma como território de fé, cultura e resistência. No dia 30, mulheres afro-religiosas protagonizaram o Entardecer dos Ojás, amarrando panos brancos em forma de laços nas árvores da praça. O gesto, carregado de espiritualidade, reafirma a busca pela paz e a defesa de um espaço constantemente atacado e vilipendiado, mas que resiste como altar da ancestralidade.
O ato religioso reuniu centenas em uma grande roda de Axé, dançando e cantando para o Sagrado. Em seguida, o Grupo Pé de Porteira trouxe o samba de terreiro mesclado às manifestações rurais, mostrando que a cultura afro-brasileira é plural e pulsante. A noite seguiu com apresentações de grupos de pagode, DJ Vini Black e o encerramento emocionante de Dhi Ribeiro e Banda, que com sua voz potente exaltou o samba como expressão de resistência e alegria. Pela primeira vez, uma tenda cobriu toda a extensão da Praça dos Orixás, garantindo estrutura e acolhimento para o público.
Além da música e da fé, o espaço ofereceu comidas tradicionais como o acarajé — símbolo da culinária de axé — e uma feira de Economia Solidária, onde roupas, calçados e ornamentos afro-brasileiros reafirmaram a identidade cultural e fortaleceram a geração de renda comunitária. Durante todo o dia, fiéis se dirigiram ao local para depositar oferendas aos pés de seus Orixás, agradecendo pelo ciclo que se encerra e pedindo bênçãos para o ano que chega. A virada, como sempre, será marcada por momentos religiosos e apresentações culturais que unem fé e alegria.
O evento é coordenado pela Comissão Religiosa da Prainha, formada por lideranças de diversos segmentos e entidades que atuam na defesa da Comunidade Afro-Religiosa de Brasília e Entorno. o evento conta também com o apoio da Secretaria de Cultura do DF - GDF. Mais do que uma festa, trata-se de um ato político e espiritual: ocupar a Praça dos Orixás é garantir que o território sagrado permaneça vivo, protegido e reconhecido como patrimônio cultural e religioso. A virada na Prainha é mais que celebração: é a reafirmação da presença negra, da religiosidade de matriz africana e da luta por respeito e dignidade. Em cada canto, dança e oferenda, ecoa a mensagem de que ocupar este espaço é resistir, existir e projetar um futuro de paz e realizações.
Veja algumas fotos do evento:
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Que os Orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união.
Axé!
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