sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Celebrando a Força Feminina Afro-Brasileira em Ceilândia: Um Julho das Pretas Inesquecível na Casa Akotirene

Por Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ

Ceilândia foi palco ontem de um evento memorável que, inserido nas celebrações do Julho das Pretas, reafirmou a potência e a resiliência das mulheres afro-brasileiras. A CASA AKOTIRENE, um espaço de fundamental importância para a cultura e religiosidade afro-brasileira no Distrito Federal, abriu suas portas para uma noite de celebração, reflexão e empoderamento.

O evento, que reuniu um público engajado e diverso, foi um verdadeiro cadinho de expressões culturais e saberes ancestrais. A presença de importantes lideranças afro-religiosas pontuou a noite com a força da espiritualidade e da tradição, evidenciando o papel central dessas mulheres na manutenção e difusão das raízes africanas em solo brasileiro, principalmente as mulheres das Comunidades de Axé, que a cada dia vem mostrando sua disposição na luta em defesa do Axé. O que não poderia ser diferente já que as Religiões de Matrizes Africana e de Povos Tradicionais Brasileiros são de origem matriarcal. Outro momento especial foi também podermos comemorarmos o aniversário de Marques - Coordenadora Geral da Casa Akotirene, com Martinha do Côco cantando um parabéns a você muito especial e carregado de Axé!


A poesia, em suas diversas formas, ecoou pelos ambientes da Casa Akotirene, trazendo à tona a beleza e a resistência da palavra falada e cantada. Poetas talentosas, com suas rimas e versos, teceram narrativas que celebravam a identidade negra, denunciavam as injustiças e inspiravam a continuidade da luta por um mundo mais equitativo.




As apresentações culturais, vibrantes e cheias de axé, ressaltaram a riqueza da cultura afro-brasileira, com a dança e o canto se entrelaçando em uma explosão de cores e ritmos. O ponto alto da noite foi, sem dúvida, o show contagiante de Martinha do Côco e Banda. Com sua energia singular e a cadência inconfundível do côco, Martinha fez a todos dançarem e celebrarem a alegria de ser e existir.






Um momento de grande relevância foi a exibição do curta-metragem "Mulheres de Axé". A produção audiovisual, que aborda a trajetória e a força de mulheres no universo afro-religioso, serviu como um poderoso catalisador para a roda de debates que se seguiu. Nela, mulheres que são referências não apenas na comunidade afro-religiosa, mas também na comunidade LGBTQIA+, compartilharam suas experiências, desafios e conquistas.

A roda de debates foi um espaço de escuta ativa e diálogo construtivo, onde as participantes puderam expressar as nuances de suas vivências. A interseccionalidade das lutas foi um tema central, reforçando a importância de se debater e apoiar as mulheres, especialmente aquelas que transitam pelos espaços da comunidade LGBTQIA+. As falas ressaltaram a batalha contínua por visibilidade, respeito e a garantia de direitos que muitas vezes são negados.











O evento na Casa Akotirene, no contexto do Julho das Pretas, não foi apenas uma celebração, mas um manifesto. Um manifesto que fortalece a luta das mulheres, em especial aquelas que, com sua arte, sua fé e sua voz, estão na linha de frente da garantia e preservação de seus direitos. Uma noite que demonstrou, mais uma vez, a resiliência, a beleza e a inquebrantável força da mulher afro-brasileira.






Que os Orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 

Axé!

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