Por Ògan Assogbá Luiz Alves - PROJETO ONÍBODÊ
Brasília, DF – Em uma decisão histórica, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) suspendeu as outorgas que permitiriam a captação de água do Rio Melchior pela Usina Termelétrica (UTE) de Brasília. A vitória judicial, conquistada graças à ação do Instituto ARAYARA, não é apenas um triunfo ambiental, mas também uma vitória da sabedoria ancestral que há séculos ensina: a água é vida, e sem ela, não há futuro.
O Rio que Clama por Socorro
O Rio Melchior, hoje classificado no nível quatro – o pior possível –, já não suporta mais agressões. Proibido para pesca, banho e até irrigação, seu curso agoniza diante da ganância de um projeto energético que, se implantado, consumiria 110 mil litros de água por hora, devolvendo 94% dela ao rio com temperatura elevada, um verdadeiro assassinato ecológico.
Para as comunidades tradicionais, especialmente os povos de terreiro e quilombolas, a água não é um recurso, mas um Elemento Sagrado. Orixás como Oxum, dona dos rios e cachoeiras, e Nanã, senhora das águas profundas, são a própria manifestação do divino na natureza. Poluir um rio é profanar o altar dessas divindades.
Dados Ultrapassados, Riscos Atuais
A termelétrica se baseia em estudos hidrológicos de 13 anos atrás, ignorando as atualizações do Plano de Gerenciamento da Bacia do Parnaíba (2020). "Licenciar um projeto com dados defasados é como navegar com um mapa errado: o destino só pode ser o desastre", alerta Juliano Bueno, da ARAYARA.
E o desastre não seria só ambiental. A fumaça tóxica da termelétrica, somada ao aumento da temperatura do rio, afetaria a saúde pública, especialmente nas periferias, onde vivem muitas famílias negras e pobres – as mesmas que já sofrem com a falta de saneamento e o racismo ambiental.
A Luta que Não Pode Parar
A suspensão das outorgas é um alívio, mas a guerra continua. O licenciamento ambiental ainda está em jogo, e o gasoduto que abasteceria a usina ameaça territórios tradicionais. É preciso pressionar para que essa vitória se torne permanente.
#XôTermelétrica não é só um hashtag, é um grito de resistência. Um chamado para que Brasília, o país e o mundo lembrem: não há energia que valha a destruição da água, da terra e da cultura que nela vive.
Axé à Justiça, e que os Orixás continuem protegendo nossas águas.
Acompanhe e compartilhe: #XôTermelétrica #ÁguaÉVida #JustiçaAmbiental
Que os orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união.
Axé!
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