Por Ògan Assogbá Luiz Alves PROJETO ONÍBODÊ
Brasília, 16 de maio de 2025 – A revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) do Distrito Federal está em pauta, e as comunidades tradicionais de matriz africana levantam suas vozes para assegurar que seus territórios sagrados sejam reconhecidos e protegidos. Em audiência realizada hoje na Câmara Distrital, lideranças religiosas e representantes de terreiros destacaram a urgência de incluir suas demandas no planejamento urbano, evitando que a falta de políticas públicas continue a marginalizar suas práticas ancestrais.
O PDOT e a Luta por Territórios Sagrados
O PDOT não é apenas um documento técnico é um reflexo de como a sociedade enxerga e valoriza seus espaços. Para as comunidades de Candomblé, Umbanda, Jurema, Terecô e outras expressões afro-religiosas, a revisão desse plano é uma oportunidade histórica de garantir que seus terreiros, casas de culto e áreas sagradas sejam tratados como patrimônios culturais e ambientais.
No entanto, a realidade atual ainda é de invisibilidade e desafios. Muitos terreiros enfrentam dificuldades para regularizar suas terras, sofrem com a falta de infraestrutura básica (como água e energia) e, em alguns casos, são vítimas de pressão imobiliária e intolerância religiosa. A ausência de um marco legal que proteja esses espaços pode levar a remoções e ao apagamento de tradições centenárias.
Saberes Ancestrais e Sustentabilidade
As comunidades afro-religiosas não são apenas espaços de fé, são também guardiãs de conhecimentos tradicionais que promovem a harmonia com a natureza. Seus rituais, ervas medicinais e práticas de preservação ambiental demonstram um modo de vida sustentável, alinhado com as necessidades ecológicas do nosso tempo.
Mobilização e Resistência
A mensagem das lideranças é clara: é hora de ocupar os espaços de decisão. A participação em audiências públicas, o envio de propostas ao legislativo e o diálogo com parlamentares são passos essenciais para assegurar que o PDOT contemple:
- Reconhecimento dos terreiros como áreas de relevante interesse cultural e espiritual;
- Regularização fundiária para garantir a permanência desses espaços;
- Acesso a infraestrutura básica e políticas de proteção contra a intolerância;
- Inclusão de representantes afro-religiosos nos conselhos de gestão territorial.
O Chamado da Ancestralidade
A luta pelo PDOT é, acima de tudo, uma luta pelo direito de existir. Enquanto o Distrito Federal planeja seu futuro, as comunidades tradicionais exigem que suas vozes não sejam silenciadas. Participar desse debate é honrar a memória dos antigos, fortalecer o presente e garantir que as próximas gerações possam viver sua espiritualidade em liberdade.
O axé não pode ser removido. O terreiro é nosso chão, nossa história, nossa resistência.
Fique atento às próximas audiências e mobilize sua comunidade. O PDOT também é nosso!
Fotos: Divulgação
Axé a todos que mantêm viva a chama dos Orixás!
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