segunda-feira, 31 de março de 2025

O Iyawo como Símbolo de Resistência: A Força Ancestral que Renova a Luta Contra o Racismo Religioso

Por Ògan Assogbá Luiz Alves PROJETO ONÍBODÊ 

Em meio ao som dos atabaques que ecoam nos terreiros de Brasília e Territórios, nasce mais um Iyawo no Ilê Odé Erinlé em Águas Lindas de Goiás. Mas este não é apenas um ritual de iniciação – é um grito de resistência, uma celebração da Ancestralidade e um ato político que desafia séculos de opressão. Para Ògan Assogbá Luiz Alves, fotógrafo que há mais de 35 anos dedica sua lente à documentação da comunidade afro-religiosa e sendo na capital brasileira o primeiro fotógrafo a dedicar um trabalho autoral para a Comunidade Afro Religiosa de Brasília e Entorno, cada saída de Iyawo representa muito mais do que uma tradição religiosa: é a prova de que "ainda estamos aqui".

"A cada Iyawo que nasce, vejo a continuidade de uma história que tentam apagar", reflete Ògan Assogbá Luiz Alves. "É a resistência em sua forma mais pura. Apesar de todo o racismo religioso, das perseguições e do preconceito, nossa cultura sobrevive e floresce."

O nascimento de um Iyawo é antes de tudo um ato de coragem. Ele carrega consigo a herança dos Tambores de Palmares, que guiaram revoltas escravas e as vozes Ancestrais que ensinaram ao mundo ciência, filosofia e arte. É também um desafio direto àqueles que insistem em negar essa riqueza cultural, tentando reduzir os descendentes africanos a estereótipos ou mesmo apagar suas contribuições para a humanidade

No Brasil, país que ainda convive com formas explícitas de racismo religioso, ser afro-religioso é, por si só, um ato de enfrentamento. Nos últimos anos, o cenário político exacerbou essas tensões, dando voz a discursos de ódio que incentivaram ataques a terreiros e práticas discriminatórias. No entanto, como lembra Ògan Assogbá Luiz Alves, "nossos atabaques continuam a soar alto, nossos Orixás seguem firmes, e temos Esú abrindo caminhos e Ogun liderando nossas batalhas".

Cada saída de Iyawo é uma oportunidade de reafirmar essa presença viva e pulsante. Não se trata apenas de uma pessoa iniciada, mas de toda uma Ancestralidade milenar que ressurge através dela. "Somos descendentes de reis, rainhas e guerreiros". "Nossa história não começou com a escravidão. Somos herdeiros de civilizações que deram ao mundo pirâmides, matemática, astronomia e saberes que moldaram culturas. Quando vejo um Iyawo, vejo essa força Ancestral renascendo."

Para quem observa de fora, pode parecer apenas uma cerimônia religiosa. Mas para quem vive essa experiência, é muito mais: é a certeza de que, apesar de todas as adversidades, a cultura afro-religiosa segue viva, resistente e transformadora. E enquanto houver um Iyáwo sendo iniciado, haverá esperança de continuidade – porque, como sempre disse Ògan Assogbá Luiz Alves: "o Iyawo pode até ser novo, mas a Ancestralidade que ele carrega é milenar".

*APOIE, DIVULGUE E INCENTIVE O ONÍBODÊ (O PORTEIRO) por uma comunicação ANTI-FACISTA, ANTI-RACISTA e de apoio à Nossa Comunidade Negra e Afro Religiosa com doações a partir de R$20,00 (vinte reais)*

CLIQUE NO LINK ABAIXO PRA APOIAR

https://apoia.se/projetoonibode


domingo, 23 de março de 2025

Festa em Homenagem a Mestra Luziara Celebra Axé e Resistência Afro-Religiosa em Águas Lindas de Goiás

Por Ògan Assogbá Luiz Alves/PPROJETO ONÍBODÊ


No último sábado, 21 de março, o som poderoso dos tambores da Jurema tomou conta de Águas Lindas de Goiás, trazendo consigo a força ancestral dos Encantados para celebrar uma das figuras mais emblemáticas da religiosidade afro-brasileira da região: Mestra Luziara de Pai Obalajô. A tradicional festa em sua homenagem foi um verdadeiro encontro de fé, cultura e resistência, reunindo pessoas da COMUNIDADE AFRO-RELIGIOSA local e de cidades vizinhas.

Com sua energia contagiante e sabedoria ancestral, Mestra Luziara iluminou a noite com sua presença marcante. A cada toque dos tambores, os corações foram invadidos pela magia e pelo axé que só os terreiros de matriz africana conseguem proporcionar. O evento foi muito mais do que uma celebração; foi um ato político de preservação da memória e da tradição afro-brasileira, reafirmando a importância desses espaços sagrados como territórios de resistência e fortalecimento cultural.

Após o toque dos tambores, que ecoaram pelas redondezas como uma convocação aos espíritos ancestrais, o público presente foi brindado com uma apresentação inesquecível do grupo de pagode Ojú Okan (Olhos do Coração) . Formado por artistas com deficiência visual, o grupo trouxe ao palco uma mensagem de superação e amor através da música. À frente da banda, a vocalista e Mãe de Axé Mãe Dani, conduziu um repertório que mesclava ritmos tradicionais com canções de sucesso nacional, levando todos à  dançarem em um momento de pura confraternização. A apresentação do Grupo Oju Okan é parte do projeto SAMBA DE TERREIRO coordenado pela ATRACAR, Odé Somi ( Michael Felix) um dos diretores desta instituição que vem lutando por melhoras para Nossa Comunidade Afro- Religiosa das cidades vizinhas à Brasília.

A noite foi marcada por abraços apertados, lágrimas de emoção e risadas compartilhadas. O evento não apenas reverenciou Mestra Luziara, mas também destacou a importância da união entre as diversas expressões da cultura afro-brasileira. 

A festa em homenagem a Mestra Luziara é um lembrete de que a religiosidade de matriz africana segue viva, pulsante e resistente, mesmo diante de tantos desafios. Em Águas Lindas de Goiás, ela se consolidou como um marco anual de celebração da diversidade, da espiritualidade e da luta por respeito e reconhecimento.

Que os tambores continuem a soar, que os Encantados sigam sendo louvados e que exemplos como o de Mestra Luziara inspirem as futuras gerações a manter viva a chama da cultura afro-brasileira. Axé!

*APOIE, DIVULGUE E INCENTIVE O ONÍBODÊ (O PORTEIRO) por uma comunicação ANTI-FACISTA, ANTI-RACISTA e de apoio à Nossa Comunidade Negra e Afro Religiosa com doações a partir de R$20,00 (vinte reais)*

CLIQUE NO LINK ABAIXO PRA APOIAR

https://apoia.se/projetoonibode

Toque em Homenagem ao Seu Tranca Ruas Reúne Fé e Cultura Afro-Brasileira no ILÊ AXÉ JAGUN DANBARÁ

Por Ògan Assogbá Luiz Alves PROJETO ONÍBODÊ 

Águas Lindas de Goiás foi palco, no último sábado, de uma celebração que já se consolidou como um marco na cultura e religiosidade afro-brasileira da região. O tradicional "Toque em Homenagem ao Seu Tranca Ruas", realizado no ILÊ AXÉ JAGUN DANBARÁ, casa liderada por Mãe Vilcilene de Jagun, atraiu devotos, autoridades religiosas e simpatizantes para uma noite de fé, música, dança e confraternização.

O evento, que já faz parte do calendário cultural da Comunidade Afro Religiosa de Águas Lindas de Goiás e Territórios, homenageia Seu Tranca Ruas, uma das mais reverenciadas entidades dos cultos de Umbanda e Candomblé. Conhecido por sua sabedoria, força protetora e bom humor, Seu Tranca Ruas abriu os caminhos para todos os presentes, trazendo consigo seus convidados espirituais para garantir uma noite de muito axé e fluidos positivos.

A festividade contou com a presença de diversas autoridades religiosas, vindas não apenas de Águas Lindas, mas também de cidades vizinhas e de Brasília. A atmosfera de respeito e união entre as diferentes casas de terreiro reforçou o papel dessas celebrações como espaços de fortalecimento e preservação da cultura afro-brasileira.

Recebidos com a hospitalidade característica do ILÊ AXÉ JAGUN DANBARÁ, os participantes foram brindados com um delicioso ajeum, onde puderam apreciar as delícias da culinária sagrada, preparada com carinho e dedicação pelos membros da casa. 

Ao som dos atabaques, o toque especial invocou a energia poderosa de Seu Tranca Ruas, que, como sempre, atendeu aos pedidos de proteção, saúde e prosperidade. As giras foram acompanhadas por cânticos tradicionais e danças rituais, criando um ambiente de profunda conexão espiritual.

Mãe Vilcilene de Jagun, anfitriã do evento, sempre destacou a importância de nossa religiosidade e comunidade enquanto instrumento de  resistência e valorização da cultura afro-brasileira.


Para os devotos de Seu Tranca Ruas, a noite foi marcada por muita emoção e agradecimentos.

O Toque em Homenagem ao Seu Tranca Ruas já é aguardado com ansiedade todos os anos, não apenas por sua dimensão espiritual, mas também pela oportunidade de reunir pessoas em torno de valores como respeito, união e amor ao próximo. Mais uma vez, o ILÊ AXÉ JAGUN DANBARÁ provou ser um ponto de luz e resistência cultural, mantendo viva a chama da tradição afro-brasileira em terras goianas.

Axé! Que os caminhos continuem abertos para todos que buscam seguir pelo bem e pela fé.

*APOIE, DIVULGUE E INCENTIVE O ONÍBODÊ (O PORTEIRO) por uma comunicação ANTI-FACISTA, ANTI-RACISTA e de apoio à Nossa Comunidade Negra e Afro Religiosa com doações a partir de R$20,00 (vinte reais)*

CLIQUE NO LINK ABAIXO PRA APOIAR

https://apoia.se/projetoonibode


quarta-feira, 19 de março de 2025

União Africana Declara Escravidão e Colonização como Crimes de Lesa-Humanidade e Genocídio


Resolução histórica em cúpula na Etiópia busca abrir caminho para reparações internacionais.

Adis Abeba, Etiópia - Em uma decisão sem precedentes, os 55 Estados-membros da União Africana (UA) aprovaram, durante cúpula em fevereiro, uma resolução que classifica a escravidão transatlântica, as deportações forçadas e o colonialismo como crimes contra a humanidade e atos de genocídio. A medida, liderada pelo Togo, visa pressionar a comunidade internacional a reconhecer o legado de violência sistêmica contra o continente e pavimentar o caminho para exigências formais de reparações históricas.  

A declaração, aprovada por consenso após meses de debates, foi anunciada como um "marco na luta por justiça" pelo ministro das Relações Exteriores do Togo, Robert Dussey. "Esta não é apenas uma vitória simbólica, mas um instrumento jurídico e político para reescrever a narrativa da autodeterminação africana", afirmou Dussey à imprensa.  

Base Legal e Desafios  

A resolução referencia o Estatuto de Roma, do Tribunal Penal Internacional (TPI), que define crimes contra a humanidade como ações coordenadas — como escravidão e extermínio — contra populações civis. Apesar disso, especialistas lembram que não há legislação internacional que permita compensações retroativas por eventos anteriores ao século XX.  

A UA, no entanto, argumenta que a classificação fortalece pleitos em fóruns como a Corte Internacional de Justiça (CIJ), onde casos poderiam ser baseados no impacto contínuo desses crimes, como desigualdades socioeconômicas e disputas territoriais.  

Próximos Passos  

A decisão reacende o debate global sobre reparações, tema que ganhou força em 2023 após o governo alemão concordar em indenizar a Namíbia pelo genocídio dos povos Herero e Nama (1904-1908). Agora, a UA planeja formar uma comissão para articular estratégias jurídicas e pressionar ex-potências coloniais a assumirem responsabilidades.  

Enquanto críticos questionam a viabilidade prática, defensores veem a medida como um divisor de águas. "É sobre corrigir a narrativa histórica e exigir justiça intergeracional", resumiu a ativista senegalesa Coumba Touré. O mundo agora aguarda a resposta das antigas metrópoles.  

Contexto: Estima-se que 12,5 milhões de africanos foram escravizados entre os séculos XVI e XIX, segundo a UNESCO. O colonialismo europeu, encerrado apenas na segunda metade do século XX, deixou fronteiras artificiais e conflitos que perduram até hoje.

*APOIE, DIVULGUE E INCENTIVE O ONÍBODÊ (O PORTEIRO) por uma comunicação ANTI-FACISTA, ANTI-RACISTA e de apoio à Nossa Comunidade Negra e Afro Religiosa com doações a partir de R$20,00 (vinte reais)*

CLIQUE NO LINK ABAIXO PRA APOIAR

https://apoia.se/projetoonibode


terça-feira, 18 de março de 2025

Candomblé e Saúde Mental: Encontro em Brasília celebra Iemanjá e discute cura Ancestral

 

"Evento "Orooni Iemanjá" promove diálogo entre espiritualidade, tradição afro-brasileira e bem-estar psíquico"

Brasília, março de 2025 - No próximo dia **30 de março**, a capital federal receberá o **Orooni Iemanjá: Candomblé e Saúde Mental**, um encontro que une espiritualidade, ciência e resistência cultural para debater o papel da ancestralidade no equilíbrio emocional. O evento, realizado no terreiro **Ilè Eiyelè Ogè Asé Ogodò Asé Òsógìyan**, sob a liderança do renomado **Babalorixá Pai Joel de Ósógìyan**, começa às **9h** e é aberto ao público.  


Com foco na figura de **Iemanjá** — Orixá das águas salgadas, símbolo de maternidade, acolhimento e regeneração —, a programação busca explorar como as práticas do Candomblé contribuem para a saúde mental de seus adeptos, especialmente em um contexto social marcado pelo preconceito religioso. Pesquisadores, líderes espirituais e membros da comunidade de axé se reunirão para discutir temas como:  

- **A simbologia de Iemanjá** e sua influência na construção de redes de apoio emocional;  

- A conexão entre **ancestralidade africana**, rituais sagrados e resiliência psicológica;  

- Os desafios do **racismo religioso** e seus impactos na saúde mental da população negra e de terreiro.  

Além das rodas de conversa, o encontro terá **manifestações artísticas** tradicionais, como cantigas em yorubá, danças ritualísticas e toques de atabaque, reforçando a ideia de que a cultura afro-brasileira é um pilar de cura coletiva. "Nosso objetivo é mostrar que a espiritualidade do Candomblé não se separa do cuidado integral com a vida. Iemanjá, como mãe de todos, nos ensina a mergulhar nas águas da transformação interior", explica Pai Joel, anfitrião do evento.  

**Por que este debate importa?**  

Dados recentes apontam que **31% dos casos de violência religiosa no Brasil** têm como vítimas praticantes de religiões de matriz africana, segundo a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR). O trauma gerado por essa discriminação, somado à falta de políticas públicas que reconheçam saberes tradicionais, evidencia a urgência de espaços como o Orooni Iemanjá — que une voz acadêmica e espiritual para propor caminhos de acolhimento.  

**Serviço**  

*Orooni Iemanjá: Candomblé e Saúde Mental*  

**Data**: 30 de março de 2025  

**Horário**: 9h  

**Local**: Ilè Eiyelè Ogè Asé Ogodò Asé Òsógìyan (Endereço confirmado via inscrição)  

**Entrada gratuita** — Contribuições voluntárias serão destinadas a projetos sociais do terreiro.  

*Um evento para honrar as águas que curam, as mães que protegem e a fé que liberta.* 🌊✨  

*Axé!*

Axé a todos que fizeram dessa celebração um mar de possibilidades! 🌊✨  

*APOIE, DIVULGUE E INCENTIVE O ONÍBODÊ (O PORTEIRO) por uma comunicação ANTI-FACISTA, ANTI-RACISTA e de apoio à Nossa Comunidade Negra e Afro Religiosa com doações a partir de R$20,00 (vinte reais)*

CLIQUE NO LINK ABAIXO PRA APOIAR

https://apoia.se/projetoonibode



segunda-feira, 17 de março de 2025

Palmares e Comunidade Afro-Religiosa de Brasília Firmam Diálogo por Políticas Públicas em Reunião Histórica

Por Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ 

Brasília, [17/03] — Em um encontro marcado por simbolismo e urgência, a Fundação Cultural Palmares, liderada pelo presidente  João Jorge, recebeu nesta quarta-feira representantes da Comunidade Afro-Religiosa de Brasília e Entorno, além de entidades dedicadas à defesa da religiosidade de matriz africana. A reunião, que contou com a presença de representantes de diversas casas de Brasília e Territórios, reforçou a necessidade de ações concretas para enfrentar desafios históricos, como o racismo religioso e a garantia de direitos fundamentais às casas de axé, terreiro e demais espaços sagrados.  

A abertura do evento foi realizada por João Jorge, que destacou o papel da Palmares como “protagonista na luta pela preservação da cultura negra e no combate àap RACISMO RELIGIOSO”. Em seguida, a palavra foi cedida aos líderes religiosos, mães e pais de santo e cargos presentes, que relataram experiências de violações e demandas por políticas públicas eficazes. Entre os temas levantados, destacaram-se a necessidade de proteção legal a terreiros, acesso a ações do governo federal voltados às tradições afro-brasileiras e a implementação de medidas educativas contra a discriminação.  

Compromisso para Abril: O,1*Encontro VOZES ANCESTRAIS DO CERRADO em Defesa da Ancestralidade 

Um dos principais encaminhamentos da reunião foi a confirmação de um novo encontro, agendado para 10 de abril, na sede da Fundação Cultural Palmares, com a participação de ministérios estratégicos, como os da Igualdade Racial, Educação, Cultura e Direitos Humanos. O objetivo é elaborar uma "carta compromisso" e planos de ação conjunta, estabelecendo metas tangíveis para a promoção da equidade religiosa e a valorização das tradições afro-brasileiras.  

O sentimento presente na reunião é de que os“Este diálogo não é apenas simbólico. É um passo para materializar a resistência em políticas que salvaguardem nossa existência”,

**ONÍBODÊ na Linha de Frente**  

Como veículo dedicado à cobertura das pautas afro-religiosas, o ONÍBODÊ acompanhou de perto os debates, reforçando o compromisso em amplificar vozes ancestrais e denunciar violações. A presença do blog no evento ressalta a importância da mídia especializada na construção de narrativas que combatam a desinformação e o preconceito.

Axé a todos que fizeram dessa celebração um mar de possibilidades! 🌊✨  

*APOIE, DIVULGUE E INCENTIVE O ONÍBODÊ (O PORTEIRO) por uma comunicação ANTI-FACISTA, ANTI-RACISTA e de apoio à Nossa Comunidade Negra e Afro Religiosa com doações a partir de R$20,00 (vinte reais)*

CLIQUE NO LINK ABAIXO PRA APOIAR

https://apoia.se/projetoonibode

A expectativa, agora, é que o encontro de abril consolide uma agenda propositiva, alinhando forças entre governo e sociedade civil. Para a comunidade afro-religiosa, trata-se de um momento crucial: “Não queremos só sobreviver, queremos florescer”, resumiu um babalorixá presente.  

Axé!

 ONÍBODÊ O PORTEIRO

*Espaço Sagrado de Notícias.*  

*Nota: Esta é uma cobertura em primeira mão. Acompanhe nosso blog para atualizações sobre o desdobramento do encontro em abril.*

Axé a todos que fizeram dessa celebração um mar de possibilidades! 🌊✨  

*APOIE, DIVULGUE E INCENTIVE O ONÍBODÊ (O PORTEIRO) por uma comunicação ANTI-FACISTA, ANTI-RACISTA e de apoio à Nossa Comunidade Negra e Afro Religiosa com doações a partir de R$20,00 (vinte reais)*

CLIQUE NO LINK ABAIXO PRA APOIAR

https://apoia.se/projetoonibode



domingo, 16 de março de 2025

O Nascer de Um Novo Ilê: A Inauguração do ILÊ ASE AFEFE ÓRUN em Águas Lindas de Goiás

Por Ògan Assogbà Luiz Alves/PROJETO ONIBODÊ

No último fim de semana, a cidade de Águas Lindas de Goiás foi palco de uma celebração histórica que marcou o fortalecimento da cultura e da religiosidade afro-brasileira na região. O ILÊ ASE AFEFE ÓRUN, conduzido por Pai Márcio de Oyá, foi oficialmente inaugurado em um evento repleto de fé, tradição e resistência. A festa, uma homenagem à Oyá – orixá das tempestades, das transformações e guardiã dos ancestrais –, contou com a participação de lideranças religiosas, membros da comunidade afro-religiosa local e visitantes de diversas cidades do Entorno, incluindo Brasília e entidades que lutam em prol de NOSSA COMUNIDADE e AFRO RELIGIOSIDADE, como a ATRACAR e o PROJETO ONÍBODÊ, .

Sob a condução espiritual de Pai Rubinho de Oxossí, a cerimônia foi marcada pela beleza ritualística típica das casas de axé, onde cânticos, toques de atabaques e danças sagradas celebraram a força ancestral de Oyá e a energia renovadora que permeia cada nascer de um novo terreiro. Na ocasião aconteceu também a co firmação de um ALABÊ e a suapenção de mais dois ÒGANS por OYÁ. Para os presentes, a ocasião não foi apenas uma festa religiosa, mas um ato político de resistência cultural frente às inúmeras adversidades enfrentadas pela comunidade de matriz africana no Brasil.

A Força da Resistência Afro-Religiosa

O levantamento de uma casa de axé é, antes de tudo, um símbolo poderoso de resistência. Em um país onde as religiões de matriz africana ainda enfrentam preconceito, intolerância e ataques físicos e simbólicos, ver mais um ilê erguido é uma vitória coletiva. "A construção deste espaço é uma resposta àqueles que tentam silenciar nossa voz e apagar nossa história". "Nossa religiosidade é ancestral, é raiz, e aqui estamos para honrar nossos antepassados e garantir que nossas tradições permaneçam vivas para as futuras gerações', disse Pai Rubinho de Oxossí

O ILÊ ASE AFEFE ÓRUN, surge como um espaço de acolhimento, aprendizado e celebração da cultura afro-brasileira. Além de ser um ponto de encontro para rituais e práticas religiosas, o terreiro também se propõe a ser um centro de educação e conscientização sobre a importância da preservação das tradições africanas no Brasil.










Uma Celebração Coletiva

A inauguração contou com a presença de sacerdotes e sacerdotisas de diferentes terreiros da região, demonstrando a união e a solidariedade que caracterizam a comunidade afro-religiosa. Representantes de casas de axé de Águas Lindas, Brasília, Valparaíso, Sobradinho e outras cidades do Entorno compareceram para prestigiar o evento, reafirmando a importância de fortalecer redes de apoio entre as comunidades tradicionais.


Pai Rubinho de Oxossí, responsável por conduzir os rituais da noite, destacou a relevância de Oyá como inspiração para momentos de transformação e renovação. "Oyá é o vento que derruba o velho para que o novo possa brotar. Hoje, estamos plantando as sementes de um futuro onde nossa religiosidade será ainda mais respeitada e valorizada", disse ele, emocionando os presentes.

A programação incluiu oferendas, saudações aos orixás, e um grande banquete que tradicionalmente se transforma em um momento de encontros e reencontros. Cada detalhe da celebração foi pensado para homenagear as divindades e conectar os participantes com suas raízes espirituais e ancestrais.


Um Chamado à Luta Contra a Intolerância

Embora o evento tenha sido marcado por momentos de muita alegria e espiritualidade, também é umomemto e espaço para reflexões sobre os desafios enfrentados pela comunidade afro-religiosa. Nos últimos anos, casos de racismo religioso têm aumentado no Brasil, com relatos frequentes de vandalismo contra terreiros, discriminação e violência contra praticantes dessas religiões.


Diante disso, a criação do ILÊ ASE AFEFE ÓRUN assume um caráter ainda mais significativo. Trata-se de um espaço onde a fé pode ser exercida livremente, onde a cultura pode ser celebrada sem medo e onde as novas gerações podem aprender sobre suas origens. "É preciso ocupar os espaços e mostrar que existimos, que somos parte fundamental da identidade brasileira, disse emocionado Pai Ricardo de Oxossí.

Olhar para o Futuro

Para os fundadores e frequentadores do ILÊ ASE AFEFE ÓRUN, o terreiro é mais do que um lugar de culto: é um refúgio, um ponto de luz em meio às adversidades. É também um convite à sociedade para dialogar sobre pluralidade, respeito e diversidade religiosa. Ao abrir suas portas, a casa de axé reafirma que a luta contra o racismo e a intolerância religiosa deve ser uma causa de todos.


A inauguração do ILÊ ASE AFEFE ÓRUN é um lembrete poderoso de que, mesmo diante das dificuldades, a comunidade afro-religiosa segue firme, resistente e unida. Que este novo espaço seja um farol de esperança e transformação, inspirando outros a erguerem seus próprios ilês e a continuarem lutando pela preservação de nossa rica herança cultural.



*Axé ao ILÊ ASE AFEFE ÓRUN e que Oyá abençoe todos os caminhos!*