domingo, 24 de novembro de 2024

**Solenidades no Quilombo Palmares: Uma Homenagem à Resistência e à Imortalidade**


Por Ògan Assogbá Luiz Alves - Projeto Oníbodê

Na manhã do último dia 20 de novembro, a Serra da Barriga, em Alagoas, foi palco de uma das mais significativas solenidades da cultura e religiosidade afro-brasileira. O Quilombo Palmares, berço da resistência negra no Brasil, viu seus tambores Palmarinos ecoarem não como alertas de perigo, mas como símbolos de resistência e imortalidade. A data, que já carrega consigo uma carga histórica e espiritual, foi marcada por uma série de atividades que honraram não apenas Zumbi dos Palmares, mas todos aqueles que deram suas vidas pela liberdade.

**Preparações e Participação da Sociedade Civil**

No dia anterior, 19 de novembro, representantes da Sociedade Civil Organizada de Brasília, como RENAFRO Centro-Oeste, Coletivo de Iyás, Homens de Axé, Coletivo Defensores do Axé e Projeto ONÍBODÊ, chegaram à Serra da Barriga. Eles não apenas participaram das solenidades, mas também se dedicaram aos preparativos, ornamentando a Árvore Sagrada, uma das mais antigas da região, e a Casa da Ancestralidade, onde residem as Pretos e Pretas Velhas. Além disso, cuidaram dos cestos que seriam presenteados e receberam os participantes com um café da manhã oferecido pelo Restaurante e Espaço Cultural Baobá, de propriedade de Mãe Neide da Oxum.








**Cortejo e Homenagens**

A solenidade na Árvore Sagrada marcou o início das atividades. Logo após, o Cortejo de Entrega dos Presentes à Ancestralidade se dirigiu à Lagoa dos Pretos, local onde os Palmarinos realizavam suas atividades. Este momento foi repleto de simbolismo e devoção, refletindo a conexão profunda entre os descendentes de Palmares e suas raízes ancestrais.

Após o cortejo, representantes de Brasília, juntamente com algumas Iyás de outros estados, sob a orientação de Mãe Baiana, foram ao Baobá, onde estão depositadas as cinzas de Abdias Nascimento. Este foi um compromisso assumido com esse Ancestral para prestar-lhe homenagens, reforçando a continuidade da luta e da memória.






















**Manifestações Culturais e Entrega de Títulos**


Durante as festividades, diversos grupos de capoeira, COMO O GRUPO MUZENZA que mais uma vez promoveu a vigília no QUILOMBO PALMARES jogando e cantando a noite inteira, artistas e grupos culturais independentes se apresentaram, enriquecendo ainda mais o evento. O ponto culminante foi a entrega do Título Doutor Honóris Causa pela Universidade de Alagoas (UFAL) a quatro afro-religiosos: Pai Célio Rodrigues dos Santos Maria Neide Martins (Yalorixá Neide Oyá D’Oxum), (Babalorixá Célio Omintologi), Ismaila Fássassi (Babalawô Oloyé Ayinde Oriwo) e Célia Gonçalves Souza (Makota Celinha).. A cerimônia foi acompanhada de muita emoção e cânticos de diversos segmentos afro-religiosos, demonstrando a alegria de ver a valorização e respeito aos nossos ancestrais.

Após a entrega dos títulos, foi servido um almoço a todos os presentes no Quilombo Palmares, um gesto de união e celebração da cultura e resistência negra.


**Reflexão Final**

As solenidades na Serra da Barriga não foram apenas um ato de homenagem, mas uma afirmação da continuidade da luta e da resistência dos Quilombos. Os tambores Palmarinos, que ecoaram nesse dia, simbolizam não apenas a memória de Zumbi e dos Quilombolas, mas também a imortalidade de suas lutas e a força da cultura afro-brasileira. Esses eventos são mais do que festividades; são momentos de reflexão e fortalecimento da identidade e da história de um povo que, mesmo diante de inúmeras adversidades, continua a resistir e a celebrar sua herança.

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