Por Ògan Assogbá Luiz Alves, para o Blog Oníbodê O Porteiro
Brasília (DF) – A 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (5ª CNMA), promovida pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, reuniu lideranças, especialistas e ativistas em Brasília nesta semana para debater a temática "Emergência Climática: O Desafio da Transformação Ecológica". Entre os participantes, a Comunidade de Povos Tradicionais e Religiões de Matrizes Africana e Ameríndia marcou presença de forma ativa, levando as demandas dos terreiros, quilombos e aldeias para o centro das discussões.
Com representantes de todo o Brasil, as comunidades tradicionais ocuparam todos os Grupos de Trabalho Temáticos (GTs), garantindo que suas pautas fossem priorizadas. Em rodas de conversa e plenárias, destacaram a importância dos saberes ancestrais na construção de políticas públicas ambientais e na resistência ao racismo ambiental. Foi também discutida entre a delegação de Brasília a questão da implantação da Indústria Termo Elétrica em Brasíla e suas consequências ambientais, principalmento no diz respeito ao Cerrado que já sofre com a exploração imobiliária.
Moções Aprovadas e Proposta Prioritária para a COP 30
Dentre as moções aprovadas, destacam-se:
- M055 – Águas Emendadas: Pela proteção desse importante ecossistema do DF.
- M064 – Não às concessões para as FLONAS: Contra a privatização de Florestas Nacionais.
- M068 – Não ao uso do correntão: Rejeição a essa prática devastadora no desmatamento.
Além disso, a Delegação do Distrito Federal conseguiu priorizar uma proposta que será levada à COP 30:
- GT 35 – Implementação da educação socioambiental decolonial, crítica e transformadora, integrando saberes tradicionais, justiça climática e racismo ambiental nos currículos escolares.
Harmonia e Resistência no Axé
O evento transcorreu em harmonia, com o objetivo comum de buscar soluções que beneficiem não apenas o meio ambiente, mas também o povo de axé, os quilombolas e os povos originários. A participação das comunidades tradicionais reforçou a necessidade de políticas públicas que reconheçam seus territórios e práticas como fundamentais para a preservação ambiental.
"Não há justiça climática sem os povos de terreiro e quilombolas", este foi o recado que ecoou a partir de Nossas Comunidades. E, enquanto o governo federal avança nas discussões, as comunidades seguem firmes, mostrando que a transformação ecológica só será possível com justiça social, ancestralidade e axé.
Entre os intervalos e todas noites após o encerramento das atividades ocorreram atividades culturais e o funcionamento de uma feira de artesãos e empreendedores da Economia Solidária, O IBAMA se fez presente com um espaço onde exibiu seus trabalhos e equipamentos do PREVFOGO, com a presença de seu mascote Tamanduá. A mesa de encerramento contou com diversas autoridades do meio ambiente e políticas, entre elas o Dep. Chico Alencar - PSOL-RJ, Ministra da Cultura Sra. Margareth Menezes, o Pres. do IPHAN Sr. Leandro Grass, cabendo à Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Sra Marina Silva o discurso de encerramento.
Ausências Sentidas: FCP e CONAQ
Apesar do avanço nas discussões, uma lacuna foi amplamente criticada: a ausência de representantes da Fundação Cultural Palmares (FCP) e do Conselho Nacional Quilombola (CONAQ) durante o evento, principalmente nas rodas de conversa. Lideranças ressaltaram que a presença dessas instituições seria fundamental para fortalecer o diálogo sobre territórios quilombolas e a proteção dos direitos das comunidades afro-religiosas.
Axé!
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Parabéns Ogan Luiz foi uma semana bem difícil mas avançamos no que podemos e vencemos agora vamos esperar o resultado da COP 30 .
ResponderExcluirLindo trabalho que Deus abençoe e que siga adiante parabéns!
ResponderExcluirSalve! Nosso nobre Luís foi muito importante poder ter acompanhado as moções como nobre amigo muito obrigado pela contribuição saudosa você e a mãe Bahiana foram essenciais para nossa delegação !!!
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