*Evento na Praça Zumbi dos Palmares reúne estudantes, movimentos sociais e religiosos de matriz africana em luto, luta e resistência.*
Brasília, 18/04/2025 - Sob o céu cinzento do Distrito Federal, a Praça Zumbi dos Palmares, localizada no Conic, tornou-se palco de um protesto emocionante nesta sexta-feira santa. Estudantes da Universidade de Brasília (UnB), integrantes de movimentos sociais, sindicais e representantes da Comunidade de Religiões de Matriz Africana, reuniram-se para homenagear Ngange Mbaye, imigrante senegalês assassinado pela Polícia Militar de São Paulo em 11 de abril. O ato, marcado por cantos, orações e discursos inflamados, denunciou o racismo estrutural, a violência policial e a necropolítica que vitimiza corpos negros e periféricos no Brasil.
Memória e Luta nas Vozes da Comunidade
Estudantes da UnB, muitos vestindo camisetas e enrolados com as bandeiras do Senegal, destacaram o papel da universidade no combate ao racismo. “A academia não pode ser cúmplice do silêncio. Precisamos de pesquisas, extensão e políticas que confrontem a violência do Estado”, lembraram também casos recentes, como o de Congolense Moïse Kabagambe, reforçando a urgência de união internacionalista contra a opressão.
Quem foi Ngange Mbaye?
Ngange Mbaye, de 32 anos, veio ao Brasil em busca de oportunidades, como muitos imigrantes africanos. Trabalhava como ambulante em São Paulo quando foi abordado de forma violenta por PMs durante uma operação de “revista” em [local]. Testemunhas relataram que ele foi agredido até a morte, mas o caso segue sem avanços nas investigações — padrão recorrente em mortes de negros e imigrantes. “Mataram Ngange por ser negro, pobre e estrangeiro. Isso é a face mais crua do racismo brasileiro”.
Por que este protesto importa?
O evento reforça a intersecção entre raça, classe e imigração no Brasil, país que recebeu apenas em 2023 mais de 30 mil africanos, segundo o Ministério da Justiça, mas segue sem políticas eficazes contra a xenofobia. Para as religiões de matriz africana, a luta de Mbaye também é espiritual: "Entendemos bem o sofrimento e a dor dos amigos e familiares de Mbaye, pois sofremos diariamente essa dor por causa do RACISMO RELIGIOSO quem tentam não só nos inviabilizar, mas excluir do cenário brasileiro.", disse Ògan Assogbá Luiz Alves do Projeto ONÍBODÊ e criador do Coletivo de Whatsapp "DEFENSORES DO AXÉ-DF e COORD. do FOAFRO-DF
A pergunta que fica é: quantos Nganges precisam morrer para que o Estado brasileiro reconheça que vidas negras não são descartáveis?
Fotos:
*APOIE, DIVULGUE E INCENTIVE O ONÍBODÊ (O PORTEIRO) por uma comunicação ANTI-FACISTA, ANTI-RACISTA e de apoio à Nossa Comunidade Negra e Afro Religiosa com doações a partir de R$25,00 (vinte e cinco reais)*
CLIQUE NO LINK ABAIXO PRA APOIAR
Resistência em movimento. Justiça e direito à vida garantidos na Constituição Brasileira. NGAGNE MBAYE Presente!!! Coletivo de Mulheres Negras Baobá DF e Entorno. Muito gratas pelos registros
ResponderExcluir