terça-feira, 15 de abril de 2025

Cultura e Reparação: Terreiro Ilê Axé Oyá Bagan avança na luta pela regularização fundiária em Brasília

 Por Ògan Assogbá Luiz Alves PROJETO ONÍBODÊ 

No dia 14 de abril de 2025, um passo significativo foi dado em direção ao reconhecimento e à preservação dos espaços sagrados de matriz africana no Distrito Federal. O Grupo de Trabalho Terreiros pela Reparação (GTTR) reuniu-se com o Secretário de Estado da Cultura de Brasília, Cláudio Abrantes, para discutir a aprovação do plano de trabalho do Ilê Axé Oyá Bagan, terreiro vinculado às tradições religiosas afro-brasileiras. O objetivo é enquadrar a entidade bem como outros Espaços Sagrados de Matrizes Africana do DF, no Programa Moeda Social, regulamentado pela Lei nº 6.888/2021, e garantir a regularização fundiária do terreno ocupado pelos Espaços Religiosos.  A reunião, marcada por diálogo técnico e sensibilidade cultural, destacou a importância de políticas públicas que respeitem as particularidades dos terreiros. O Secretário Cláudio Abrantes recebeu positivamente a proposta do Ilê Axé Oyá Bagan e comprometeu-se a analisar o plano com atenção às "especificidades históricas, simbólicas e comunitárias desses espaços", conforme ressaltado em sua fala. O Programa Moeda Social, que visa fomentar projetos socioculturais por meio de ações sociais, surge como uma ferramenta estratégica para viabilizar não apenas a regularização, mas também a sustentabilidade econômica de comunidades tradicionais. 

Contexto e Desafios

A luta pela regularização fundiária de terreiros é histórica no Brasil. Muitos desses espaços, essenciais para a manutenção de ritos, memórias e identidades, enfrentam décadas de insegurança jurídica, pressionados por especulação imobiliária, racismo religioso e burocracias estatais. A Lei nº 6.888/2021, que instituiu o Programa Moeda Social, abre uma brecha legal para que entidades culturais e religiosas acessem recursos e garantias necessárias à permanência em seus territórios.  Para o Ilê Axé Oyá Bagan, localizado em Brasília, a aprovação do plano significa mais do que a posse da terra: é o reconhecimento de sua relevância cultural e espiritual. "Não se trata apenas de um documento, mas de reparação. É a garantia de que nossas gerações futuras seguirão cultuando seus ancestrais neste chão", 

Implicações e Esperanças

A postura do Secretário Cláudio Abrantes foi celebrada pelo GTTR, como um avanço na relação entre o Estado e as religiões de matriz africana. Se aprovado, o caso do Ilê Axé Oyá Bagan poderá servir de modelo para outros terreiros em situação similar, fortalecendo a luta por equidade e justiça social.  

Especialistas apontam, porém, que o processo exige acompanhamento rigoroso. "A regularização fundiária precisa vir acompanhada de políticas de combate ao Racio Religioso e de incentivo à preservação cultural".

Este é um capítulo crucial na trajetória de resistência das religiões afro-brasileiras — um lembrete de que cultura, espiritualidade e reparação histórica caminham juntas.  

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Um comentário:

  1. E verdade as nossas lutas pela questão e regularização fundiária tem nos cansado muito mas em fim e uma luta afirmativa.

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