terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Grande Festa da Prainha: Celebração de Fé, Cultura e Resistência em Homenagem a Iyemonjá

Por Ògan Assogbá Luiz Alves 

Nos dias 1 e 2 de fevereiro, a Praça dos Orixás, em Brasília, foi palco de uma das mais vibrantes celebrações da cultura afro-brasileira: a **Grande Festa da Prainha**, em honra a **Iyemonjá**, a rainha das águas e mãe de todos os orixás. O evento, foi organizado pelo INSTITUTO ROSA DOS VENTOS, com apoio do COLETIVO DAS IYAS - DF, que mesclou espiritualidade, arte, política e empreendedorismo, reafirmou a força da ancestralidade e a luta por visibilidade das tradições de matriz africana.  


Dia 1: Diálogos, Xirê e a Força do Maracatu

A programação começou com um **debate político e social**, reunindo lideranças religiosas, deputados distritais como **Fabio Felix** e **Magno Malta**, além de representantes dos governos federal e distrital. A mesa destacou a importância de políticas públicas para combater o racismo religioso e fortalecer a cultura afro-brasileira. “É preciso ocupar os espaços de poder para garantir direitos e respeito”, afirmou Félix, reforçando o compromisso com a pauta.  




Após o debate, o sagrado tomou conta do espaço com um **grande Xirê**, ritual que reuniu diferentes nações de candomblé e umbanda, sob a condução do renomado **Pai Joel D’Osoguyan**. O momento culminou com o emocionante **“Entardecer dos Ojás”**, onde panos brancos simbolizando pureza e conexão com os orixás foram erguidos ao pôr do sol, em uma coreografia coletiva de fé.  











































À noite, a cultura pulsou com apresentações de artistas locais e o encontro histórico de **grupos de maracatu** de Brasília, que ecoaram tambores e cantos de resistência. Paralelamente, a **feira de empreendedores afros e afro-religiosos** movimentou a economia solidária, com comidas tradicionais, artesanato sagrado e moda étnica, mostrando que axé também é geração de renda. 





Dia 2: Oferecendo Flores e Esperança a Iyemonjá  

No dia dedicado à Mãe das Águas, o fluxo de devotos aumentou. Desde cedo, fiéis levaram **oferendas, velas, flores e espelhos** às margens do Lago Paranoá, onde preces e agradecimentos ecoaram em coro: *“Odoyá, Iyemonjá!”*. O ritual de entrega das oferendas foi um cortejo de cores e cantigas, conduzido por sacerdotes e filhos de santo, que carregaram presentes em balaios até as águas, pedindo proteção e abundância.  


O **Xirê das Nações** uniu novamente diversas vertentes religiosas, seguido por apresentações culturais que incluíram dança, música ao vivo e performances artísticas. A surpresa ficou por conta da presença da **atriz global Denise Fraga**, que, após atuar em uma peça na capital, prestigiou o evento, destacando a importância de “celebrar a diversidade que nos constitui como nação”.  

 

Inovações que Marcaram História

Pela primeira vez, a festa incluiu um **espaço infantil, o ESPAÇO ERÊ** coordenado por **Mãe Vilcilene** e Mãe Lucinete, onde crianças aprenderam sobre os orixás por meio de contação de histórias e brincadeiras lúdicas, plantando sementes de identidade e pertencimento.  












Outro marco foi o **espaço de acolhimento para mulheres vítimas de violência**, sob a direção de  **Mãe Jussara de Oyá**. No local, elas receberam apoio espiritual e orientações práticas, com a distribuição da cartilha **“Quem é de Axé Não Assedia”**, criada pelo **Ògan Assogbá Luiz Alves**. A iniciativa reforçou o papel dos terreiros como espaços de acolhimento e transformação social.  













Conclusão: Um Mar que Une  

A Grande Festa da Prainha transcendeu o religioso: foi um ato político, cultural e de resistência. Ao honrar Iyemonjá, a comunidade reafirmou sua existência e lutou contra a intolerância, mostrando que a cultura afro-brasileira é viva, plural e essencial para a identidade do país. Que as águas da Mãe levem esses propósitos e inspirem novos caminhos de respeito e igualdade.  



















Axé a todos que fizeram dessa celebração um mar de possibilidades! 🌊✨  

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2 comentários:

  1. Parabéns Ògan Luiz Alves, por tanto que o senhor faz em defesa da nossa religião. Que matéria espetacular!!

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