segunda-feira, 4 de novembro de 2024

COMUNIDADE AFRO RELIGIOSA DE BRASILIA SE ORGANIZA CONTRA ATO DE RACISMO RELIGIOSO DE DEPUTADO DISTRITAL CONTRA UMA PROFESSORA

 Por Ògan Assobá Luiz Alves

A Comunidade Afro Religiosa de Brasília, Entorno com apoio de outros Estados do Brasil se mobiliza em apoio a uma professora do CEL (Centro Educacional do Lago). A professora estava aplicando uma matéria respaldada pela Lei 10639-03, a lei trata da do Ensino da História da África. O Deputado Distrital que deve desconhecer a Lei, acusou a professora de estar praticando magia e doutrinando alunos em sala de aula, alegando a Laicidade do Estado para justificar sua ação. O mesmo nada diz sobre os cultos, missas, bíblias e crucifixos nas repartições públicas, inclusive desconhece que na mesa da Presidência da Casa onde legisla tem uma bíblia, em desalinho com a Laicidade do Estado, já que símbolos de outras religiões não cristãs não estão presentes no local. A atitude do Deputado, provocou a revolta na Comunidade Afro Religiosa de Brasília e Territórios, bem como de outros Estados do Brasil que se solidarizaram e somam forças no combate ao Racismo Religioso. O deputado em um video diz que não quer provocar uma "guerra religiosa", mas porque somente quando são as religiões de Matrizes Africana e Ameríndia que são objeto de aula é que há tais manifestações? Porque pode-se celebrar cultos, encontros e missas nas escolas, mas não se pode sequer citar a palavra Oríxá que já há um grito geral por parte de racistas religiosos!? Porque a Laicidade do Estado só é lembrada quando o objeto da discussão somos nós afro religiosos!? Outra coisa que também tem sido recorrente é os que nos atacam diariamente usarem nossas falas, onde se dizem perseguidos por serem evangélicos. Gostaria que o deputado apresentasse algum aluno que tenha tido seu crucifixo ou bíblia tirado a força como foi o caso de uma aluna em uma escola militarizada em Sobradinho. Gostaria de que nos apresentassem uma igreja que tenha sido depredada e queimada como aconteceram com alguns terreiros inclusive aqui em Brasília. Gostaria também que o deputado nos apresentasse um pastor que tenha sido expulso da comunidade por traficantes por não quererem mais que os mesmos ficassem nas comunidades. Vale lembrar que o que existe é Traficante de Jesus,  Grupo de Israel, Grupo de Judá, não existe grupo denominado Traficantes do Axé! Lembro ainda que não teve Xirê da Propina, mas Oração da Propina, nós afro religiosos não vendemos nossos irmãos de fé como se fossem mercadorias do Paraguai para obter ganhos políticos. Não lutamos por poder no meio político, buscamos políticas públicas para que não só nossas Comunidades, mas todos que em volta dela vivem possam ter o mínimo de atendimento humano. Nossos dirigentes não tem aviões enquanto os fiéis mal tem como ir aos seus lugares de culto. Nos respeite Senhor Deputado, somos descendentes de um povo que foi escravizado sob a alegação de que não tinham almas. O cristianismo foi quem mais tinha escravos nesse país, por isso os Senhores descendentes de escravocratas não aceitam ou querem que falemos ou estudemos sobre nossa história, vocês nos querem invizibilizados, amordaçados tal qual no período escravocrata. Mas hoje não aceitamos mais ficarmos calados e saiba o Senhor ou qualquer outro que: TODA AÇÃO RACISTA SOFRERÁ UMA REAÇÃO! DOA A QUEM DOER! NÃO NOS CALARÃO, NÃO MAIS IMPEDIRÃO NOSSOS GRITOS COMO FIZERAM POR SÉCULOS. E TE GARANTO QUE NOSSO GRITO INCOMODA E VAI INCOMODAR MUITO MAIS! ESTEJA PREPARADO PARA NOSSO NÃO SILÊNCIO. RACISTAS NÃO PASSARÃO!

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