Por Ògan Assobá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ
Sábado, 5 de outubro, a sede do Sindicato dos Bancários em Brasília foi palco de um importante marco para a Comunidade Afro Brasiliense: a primeira reunião destinada à criação do Clube Social Negro de Brasília. O evento, que contou com a participação de diversos membros da comunidade, foi uma resposta à ausência de espaços exclusivos para a população afrodescendente na capital federal, onde existem mais de 40 clubes sociais, mas nenhum destinado à comunidade negra.
O encontro reuniu pessoas de diferentes gerações e ocupações, todas unidas pelo objetivo comum de criar um espaço de convivência, interação e fortalecimento da cultura afro-brasileira. Durante todo o dia, ocorreram grupos de discussões que abordaram temas como a preservação da identidade afro-brasiliense, o papel dos clubes sociais na promoção de eventos culturais e esportivos, e a importância de um espaço seguro para encontros sociais da comunidade negra.
Os Clubes Sociais Negros têm uma história rica e significativa no Brasil. Criados a partir do início do século XX, esses espaços surgiram como resposta à exclusão sistemática da população negra, que, devido ao racismo institucionalizado, era impedida de frequentar os clubes da elite branca. Esses clubes se tornaram centros de resistência cultural, oferecendo um ambiente onde a comunidade negra podia se organizar politicamente, celebrar suas tradições e se conectar.
Foto Caína Castanha
No evento em Brasília, várias propostas foram apresentadas para garantir o melhor funcionamento do futuro Clube Social Negro. Entre elas, destacaram-se sugestões para a realização de eventos educacionais, culturais e sociais voltados à comunidade afro-brasiliense, bem como a implementação de parcerias com outros movimentos sociais e instituições. Os participantes também discutiram formas de financiamento e gestão colaborativa, com o objetivo de garantir a sustentabilidade do clube e a inclusão de diferentes setores da comunidade.
A criação do Clube Social Negro de Brasília é mais do que a construção de um espaço físico; é um resgate da história e uma afirmação de identidade em um momento em que a luta contra o racismo e a preservação das tradições afro-brasileiras são cada vez mais urgentes. Para muitos, esse evento representa o início de uma nova era de organização social e política para a comunidade negra de Brasília, oferecendo um local onde as gerações futuras possam se reunir, se reconhecer e se fortalecer.
Ao final do encontro, ficou claro que a criação do clube não é apenas uma necessidade, mas um símbolo de resistência e um passo fundamental na construção de uma Brasília verdadeiramente inclusiva. A expectativa é que nos próximos meses, os projetos e discussões avancem para concretizar esse sonho tão importante para a comunidade afrodescendente da capital.
O evento foi mais um exemplo de que a luta por direitos e espaços de pertencimento continua, e que a comunidade afro-brasiliense está determinada a criar, em pleno século XXI, um clube que honre as tradições de seus antepassados e construa novos caminhos para as próximas gerações. A criação do CLUBE SOCIAL NEGRO é antes de tudo um ato de resistência, pertencimento e aquilombamento. O evento tem o apoio do Sindicato dos Bancários do DF e do Sindicato dos Professores do DF - SINPRO -DF
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