quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Recebi de meu amigo Sérgio Amaral algumas fotos que posto aqui para que todos nós possamos ver como é bonita e vasta nossa cultura. Em tempo agradeço a esse grande fotógrafo e amigo a sua gentileza. fotografar a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte sempre foi um desejo que acalentei no meu íntimo mas um dia ainda conseguirei realizar tal desejo. E suas fotos me são muito caras e preciosas, muito obrigado pelo precioso presente que no momento compartilho com todos.

Segundo Manoel Passos Pereira, em sua pesquisa "Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte:
Fé, História e Graça"
A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte do Município de Cachoeira, surgiu possivelmente na segunda década do século XIX, fruto de um pacto entre a etnias negras que viviam nessa região. Sua organização e preservação sempre foi mantida através da oralidade.

Fotos Sérgio Amaral








A assimilação do catolicismo pelo escravos e libertos, ocorreu no Brasil colônia e império como iniciativa do governo português, através da introdução das confrarias e irmandades, como mecanismo de catequese. Existiram diversas irmandades, algumas delas converteram-se em instrumento de muito poder, cujos membros pertenciam à nata da elite colonial branca. A diferenciação entre elas tornou-se comum, baseada na estratificação social e também racial. No pico ficavam as santas casas de misericórdia que controlavam uma grande teia filantrópica de hospitais, recolhimentos, orfanatos e cemitérios. Caminhando por este raciocínio, as irmandades do Rosário foi um caso típico desta situação de poder.
COMPROMISSO E SOCIEDADE

Não existe nenhuma documentação escrita que comprove a origem da irmandade, pois ela surgiu no período da escravatura no Brasil. A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte da Cachoeira é uma confraria composta somente de mulheres negras, inicialmente nascidas nas senzalas. São descendentes de negras alforriadas que vieram da África para realizarem o trabalho compulsório.
As irmandades eram associações corporativas que desenvolviam no seu interior um conjunto de ações que levavam a atingir status, identidade e comunhão, As irmandades eram formadas normalmente por leigos, mas para que funcionassem era preciso encontrar uma igreja que a acolhesse ou construísse a sua, e principalmente, ter aprovado seu estatuto ou compromisso pelas autoridades eclesiásticas.
Os Compromissos além de regularem a administração das irmandades, também estabeleciam outras regras normativas para os membros. Os compromissos estabeleciam a condição social ou racial exigida dos sócios, seus deveres e direitos. Entre os deveres se destacam a bom comportamento e a devoção católica, o pagamento das anuidades etc. Quanto aos direitos, estavam a assistência médica e jurídica, ajuda financeira, em algumas, ajuda para compra da alforria, enterro para si e para sua família e sepultura na capela da irmandade. Portanto, o Termo de Compromisso se caracterizava como uma espécie de certidão de nascimento da irmandade, que garantia a formalização de sua existência.





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