terça-feira, 2 de outubro de 2007

Senado reforça o trabalho escravo.


Nesta quinta-feira (20), cinco senadores visitaram a fazenda Pagrisa, em Ulianópolis (PA), que no dia 30 de junho foi palco da maior libertação de trabalhadores da história do país. Ao todo, 1.064 trabalhadores que atuavam na lavoura de cana-de-açúcar foram resgatados pelo grupo móvel de fiscalização - formado por auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego, procuradores do Ministério Público do Trabalho e delegados e agentes da Polícia Federal. Resultado: o MP abriu uma ação criminal contra a empresa, a Petrobrás deixou de comprar sua produção de álcool. Daí, a pressão da Pagrisa sobre o Senado e sua ação imediata.
A senadora Kátia Abreu afirmou que a empresa "é muito bem administrada e forma uma comunidade de trabalhadores rurais". Ela é uma das maiores opositoras do combate ao trabalho escravo. Quando deputada federal, defendeu os produtores rurais flagrados cometendo este tipo de crime e atuou contra a aprovação de leis que contribuiriam com a erradicação dessa prática. Vale lembrar que os auditores fiscais do trabalho que atuam na zona rural têm sido vítimas, por vezes fatais, de violência por parte de fazendeiros descontentes com as autuações. Os grupos móveis de fiscalização foram criados em 1995, desde então, essas equipes libertaram cerca de 26 mil pessoas.
Ver matérias de Leonardo Sakamoto para a Agência Carta Maior(*) e de Beatriz Camargo para Repórter Brasil(*).